Contra Capa- Serviço Púbico.

É engraçado. Sexta feira, fim de semana, nada pra fazer. Sentei-me aqui com o calorífico ao lado e fiquei a pensar como é engraçado este Mundo virtual e como nos envolvemos com as pessoas de uma forma que nenhum de nós sequer imaginaria há 20 e mesmo 10 anos atrás. Nessa altura, conhecer uma pessoa, implicava ser apresentado por alguém, andar na mesma escola, viver no mesmo bairro, trabalhar no mesmo sítio, qualquer forma de contacto físico. Hoje, com meia dúzia de cliques entra-se na vida das pessoas e as elas entram na nossa vida.
Por aqui, ao longo destes últimos três anos conheci gente fantástica. Primeiro num fórum. Depois, de forma completamente acidental, tipo deixa cá ver o que é isto de fazer um blog, comecei esta aventura sem a mínima ideia do que ia acontecer. Fazer o quê? Escrever sobre o quê? Era a primeira dúvida. Xalaver.... não sei que linha dar a isto, mas vou dando umas opiniões sobre assuntos da actualidade, às vezes relacionados com a profissão, mas de preferência não, é isso: falando de coisas que gosto. Mas será que interessa a alguém? Será que quem ler esta porcaria vai gostar, ou vai achar uma idiotice? Segunda dúvida. Huuumm, olha!, pode ser uma bosta, mas é meu, são opiniões minhas, são vivências minhas, cada um é como cada qual e daqui por muito tempo, provavelmente a única pessoa a achar graça a isto sou eu; portanto, se não gostarem paciência, há quinhentas mil cenas destas, passem à frente, é normal. Começou assim.

Fui fazendo uns post's (ainda no outro blog), e para surpresa minha, começaram a surgir alguns comentários simpáticos e ofertas de ajuda quando publicava alguns impropérios em dias de luta com a tecnologia ou com a TPM, sei lá!.... Pá, mas afinal.... há aqui malta fixe!
A coisa foi correndo até chegar aqui (culpa da Du). Há gente que me acompanha desde essa altura e que já faz parte do meu circulo de amizades virtuais, com quem tenho partilhado quase tudo. Pessoas que não sei se são loiras, morenas, brancas, negras, o que fazem, de que não conheço a voz ou o olhar, mas de quem conheço as alegrias e as angústias. Temos um elo, uma cumplicidade feita de muitos dias de partilha. Estranho, isso. Ou talvez não. Sinto-lhes a falta, conto com eles para rir, para me indignar, para me emocionar, para descobrir, para aprender. Fico contente porque sei que estão por aí, e fico triste quando desaparecem. Há sempre um vazio que fica. É isso, quando damos conta, estas pessoas preencheram uma parte importante de nós. E quando pensamos nisso, por muita vontade que se tenha de nos afastarmos, não se consegue, vai-se ficando, e vão-se juntando novos e novas cumplicidades. É o diabo.
Como é que se consegue passar sem ler as maluqueiras de uns, o "mau feitio" de outros, as susceptibilidades, as críticas mordazes, a escrita primorosa, ou o humor de outros ainda? Não se consegue, não é? E porque diabo vem este lençol agora? Olhem!, por ser sexta-feira e eu estar aqui sentada.....e vocês aí.