a tormenta



Parece que vai entrar em vigor o tal "imposto sobre a doença". Não concordo com ele e mais que isso, acho uma penalização inadmissível sobre quem já está fragilizado economicamente. Sim, porque para quem trabalha, uma baixa e no caso das cirurgias penso que não oferece dúvidas a sua justificação, representa uma redução no rendimento. Principalmente num país em que notícias destas vêm a público, onde administradores e presidentes de empresas públicas circulam alegremente entre umas e outras com indemnizações de milhões de euros, num país de Universidades Independentes e Apitos Dourados, penso que o governo tem ainda muito por onde acertar/ajustar contas sem necessidade de medidas escabrosas sobre quem já está por demais massacrado e não tem qualquer possibilidade fugir aos impostos. Uma medida feia, injusta e que revela uma insensibilidade social difícil de defender e de entender. Não tem nada a ver com taxas moderadoras com as quais concordo como medida de dissuasão em relação a quem abusa dos serviços; isto é diferente, é aproveitar o facto de um doente ter obrigatoriamente que ser tratado. Bem sei que quem tem rendimentos baixos não será atingido, mas que diabo! e os que estão imediatamente a seguir, o português de rendimento médio, o que trabalha desconta e já contribui regularmente segundo o seu rendimento? Para além de já ser tratado como uma classe maldita sempre susceptível de ser um bocadinho mais esmifrada, ainda se lhe nega o direito a estar doente sem o pesadelo da conta a pagar no fim? É pouco? Não, não é. Para quem com um salário médio tem contas a pagar e se vê de repente internado e com o salário reduzido, quaisquer dezenas de euros custam. Mas parece-me que quem decide não sabe o que isso é. Felizmente para eles.

Comentários

Alien8 disse…
É tudo isso que dizes e ainda mais uma vergonha, indigna de qualquer governo que o mereça ser. Que mais dizer? Continuamos alegremente a caminho da iniquidade absoluta.

Um beijo.
outroblog disse…
mais uma vez gestão caseira....ninguém fez contas ás consultas que não vão ser feitas porque as familias vão pensar antes de recorrer ao médico...
as cirurgias que vão ser adiadas, ou até recusadas etc.


dizia eu, ninguém fez contas do valor que pagaremos todos mais tarde.

enfim...voltemos ao antes do 25 de abril, onde muita da população chegava á idade adulta e nunca tinha ido ao médico

e para quê?...lolll

será que os autores destas medidas vão pagar o erro delas? ahhhpois em votos..pois pois

a mim começa a não me chegar...a cadeia é mesmo o que acho que se deve aplicar por gestão danosa
Anónimo disse…
É verdade quando diz que "é uma medida feia, injusta e que revela uma insensibilidade social difícil de defender e de entender, mas Cristina confesso que concordo quer com as taxas moderadoras quer com o 'imposto sobre a doença'.

Portugal é feito de realidades várias, mas falar sobre este assunto do imposto dando exemplos da ota ou das indeminizações não é o melhor caminho para compreensão do mesmo.
Cristina disse…
allien

não sou tão radical. ha medidas acertadas e ha medidas escusadas, como esta :)

beijinho
Cristina disse…
outro blog

como disse em cima, não sou tão radical. acho que estamos a anos luz do que era a saúde em portugal não ha muitos anos. nem sequer creio que corramos o risco de lá voltar...
mas, com esta medida especifica não posso concordar.

um beijo
Cristina disse…
dalloway

bom, eu não concordo com esta, não acho que vá resolver alguma coisa e acho de uma injustiça atroz.

mas então qual é a razão além da falta de dinheiro?? e é aceitável que um, varios governos, com despesas descontroladas alegue falta de dinheiro para determinadas medidas aplicadas aos massacrados de sempre? eu acho que não podemos dissociar as coisas, é imoral.

beijinhos
Anónimo disse…
Não, não podemos dissociar as coisas, de forma alguma mas sendo a Cristina médica deve fundamentar o seu desagrado perante este 'imposto sobre a doença' de um posto de vista objectivo e prático, aquele ponto de vista de quem vive diariamente a realidade hospitalar, não num strictus sensus, digo eu.
Cristina disse…
dalloway

o problema é esse, é que desse ponto de vista, não ha nenhum fundamento, nenhuma argumentação que me pareça válida. nenhuma. logo, resta o ponto de vista social, politico..etc.

beijinhos
Anónimo disse…
Então xotora ficamos assim. Amigas virtuais como sempre e não se fala mais nisso.
Beijo na ponta do nariz

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