marque 112. de preferência se souber dizer mais que duas palavras


Lê-se uma notícia destas, ouve-se algumas declarações num dos telejornais e fica-se abismado com várias coisas. Primeiro, que as pessoas ainda não tenham entendido que, ao pedir socorro, a informação que é transmitida é fundamental para quem decide e que deve ir um pouco além da histeria e do "mandem uma ambulância". Segundo, com a ignorância que ainda mostram alguns representantes dos bombeiros sobre a importância da gestão correcta dos meios ao dispor para socorro de vítimas e a insistência em serem eles a seleccionar os meios disponíveis que não vão além dos do próprio quartel, sem terem formação para o efeito nem capacidade de accionar outros eventualmente necessários. Terceiro, a forma sensacionalista como a notícia é dada, a apelar à revolta e à lágrima no olho, ao invés de dar a tão necessária ajuda a quem os está a ouvir, no sentido de que estas situações não se repitam, ou seja, o espectáculo em vez da formação.

Aconteceu mais ou menos isto: alguém teve uma indisposição e caiu inconsciente.
Uma vizinha liga para o 112. Ligou, mas não soube dizer rigorosamente nada em relação à situação a não ser "está mal" e "mandem uma ambulância".
Importa dizer uma, duas quinhentas vezes o seguinte: quem os atende do outro lado não estando a ver a situação, tem que saber meia dúzia de coisas para decidir QUE TIPO DE APOIO É O MAIS INDICADO. Se é um acidente ou se é uma doença súbita, a idade aproximada da pessoa, se é homem ou mulher(se está grávida, por exemplo...), se está consciente ou não, se respira ou não, se tem alguma doença que nos faça pensar imediatamente num diagnóstico, de que é que a pessoa se queixou imediatamente antes, se se trata de qualquer outra situação que exija outros meios para o local, por exemplo, libertação de gases, perigo de incêndio, etc. e fundamental, o local exacto onde se encontra, porque por estranho que pareça o número de pessoas que telefona mas não sabe dizer a morada é incrível.
Ora, não é difícil de entender que estas informações que se dão EM SEGUNDOS, são fundamentais para decisão rápida do tipo de viatura que deve seguir para o local. Se a pessoa que telefona só sabe dizer mandem-uma-ambulância, isto ajuda nada! Zero: "a pessoa que telefonou para o 112 não respondeu a uma única pergunta da operadora e desligou”
Poder-se-á pensar que deviam ir sempre...não, não deviam. Por isto: os recursos têm que ser geridos com eficácia. Não se pode continuar a actuar de maneira anárquica e sem critério. A noção de "mal", ou de "urgente" pode resultar unicamente da ansiedade, da desorientação, da obvia falta de conhecimentos para avaliar. Segundo estatísticas próprias, em 2006 houve 10 mil saídas de ambulâncias para Urgências que não existiam. As chamadas falsas são um dos maiores problemas do INEM. Isto não pode acontecer e é nesse sentido que a decisão tem que ser uniformizada por quem tem preparação para o fazer, auxiliado por respostas correctas de quem contacta. Se a família tem algo de que se queixar, lamento dizê-lo, é do total descontrolo que se viveu e da falta de capacidade de quem pediu socorro em dar uma ajuda mais eficaz. Acontece. Lamenta-se, mas a atitude foi incorrecta.
Ao contrário do que dizia o comandante dos Bombeiros Voluntários de Torres Novas, os senhores que estão na central sentados num escritório em Lisboa, têm mil vezes mais competência para triar emergências que ele alguma vez terá na vida. Considerou uma "vergonha" as "trapalhadas" cometidas pelo CODU. Pois eu acho uma vergonha que este senhor, em vez destas declarações pouco responsáveis, não dedique alguns minutos a explicar à sua população que é preciso em circunstâncias semelhantes que a chamada seja feita por alguém que pelo menos consiga explicar do que se trata para que possa ser convenientemente atendido. "depois quem fica mal são os bombeiros, que são quem dá a cara". Pois é, e ficam muito mal mesmo, mas podem evitá-lo, façam as coisas bem.
Nunca, em circunstancia alguma, os bombeiros devem sair sem instruções do CODU sem saber se é esse o meio necessário ou não. De resto, se nem uma VMER sai sem instruções do CODU, porque o hão-de fazer os bombeiros em questões de emergência médica? Os bombeiros são parte fundamental (mas parte), dos meios disponíveis. É assim aqui e nos outros paises civilizados que tanto invejamos.
Tenham uma acção de formação da população e não incentivem revoltas das quais ninguém benificia.
Conselho extensivo à comunicação social.

Informação adicional do site do INEM:
O que é o CODU?
é o elo da cadeia de socorro para onde são encaminhados os pedidos recebidos através do Número Nacional de Socorro - 112 - na área da emergência médica. O seu funcionamento é assegurado em permanência por médicos e operadores de central com formação específica para efectuar o atendimento, triagem, aconselhamento de pré-socorro e selecção e accionamento dos meios de socorro mais adequados a cada ocorrência, preparando a recepção hospitalar dos doentes. Tem à sua disposição a coordenação de diversos meios de comunicação e de actuação no terreno, com sejam as Ambulâncias INEM, as Ambulâncias CODU, as VMER, as Viaturas de Intervenção em Catástrofe (VIC) e os Helicópteros de Emergência Médica. Através da criteriosa utilização dos meios de telecomunicações ao seu dispor tem capacidade para accionar os diferentes meios de socorro, apoiá-los aquando da sua prestação no terreno e, de acordo com as informações clínicas recebidas das equipas no terreno, seleccionar e preparar a recepção hospitalar dos diferentes doentes.
O que é o INEM?
é o organismo do Ministério da Saúde ao qual cabe assegurar o funcionamento, no território de Portugal Continental, de um sistema integrado de emergência médica, de forma a garantir aos sinistrados ou vítimas de doença súbita a pronta e correcta prestação de cuidados de saúde.A prestação de socorros no local da ocorrência, o transporte assistido das vítimas para o hospital adequado e a articulação entre os vários estabelecimentos hospitalares, são as principais tarefas do INEM.
O que é uma VMER?
A Viatura Médica de Emergência e Reanimação é um veículo de intervenção pré-hospitalar, destinado ao transporte rápido de uma equipa médica directamente ao local onde se encontra o doente. Com uma equipa constituída por um médico e enfermeiro ou tripulante de ambulância de socorro, dispõe de equipamento para o Suporte Avançado de Vida em situações do foro médico ou traumatológico. Actuando na dependência directa dos CODU, as VMER têm base hospitalar, funcionando como uma extensão do Serviço de Urgência à comunidade. Têm como principal objectivo a estabilização pré-hospitalar e o acompanhamento médico durante o transporte de vítimas de acidente ou doença súbita em situações de emergência.
Quando há intoxicação ou envenenamento, o que devo fazer?
Em caso de envenenamento ou intoxicação, telefone para o Centro de Informação Anti-Venenos (CIAV) do INEM: 808 250 143. Este serviço funciona 24 horas por dia. Para cada situação será informado sobre as medidas que deverá tomar. Procure ter informação que possa ajudar o CIAV a identificar a situação: produto, quantidade usada, hora provável do uso.
Numa situação de emergência, que número de telefone devo usar?
Deve de imediato alertar os serviços competentes, o que em Portugal, à semelhança dos países da UE, é feito através do número 112. Esta chamada é gratuita.
Deve estar preparado para informar, de forma simples e clara:
O tipo de situação (doença, acidente, parto, etc.);
O número de telefone do qual está a ligar;
A localização exacta e, sempre que possível, pontos de referência;
A gravidade aparente da situação;
O número, o sexo e a idade aparente das pessoas a necessitar de socorro;
As queixas principais e as alterações que observa;
A existência de qualquer situação que exija outros meios para o local, por exemplo, libertação de gases, perigo de incêndio, etc.
Desligue o telefone apenas quando o operador indicar. É importante lembrar que o 112 é o Número Europeu de Emergência, sendo comum, para além da saúde, a outras situações, tais como incêndios, assaltos, etc.;

Comentários

Helder Robalo disse…
Cara Cristina,
Há cerca de cinco anos tive necessidade de utilizar o 112. Na casa onde habitava então, a senhora sentiu-se mal enquanto tomava banho devido a uma fuga de gás (sim, infelizmente, o esquentador estava na casa de banho). Assim que me apercebi da gravidade liguei para o 112 solicitando ajuda. Com a calma possível de quem tem uma senhora de 70 anos caída no chão do corredor quase inconsciente (antes de ligar para o 112 tive a presença de espírito de a tirar da casa de banho), com as duas netas aos berros em pânico, expliquei que tinha havido uma fuga de gás no esquentador da casa de banho, que a senhora tinha desmaiado mas recuperara um pouco a consciência ao ser retirada da casa de banho, que tinha alguns problemas de saúde e que estava com alguns problemas de respiração. Tirando a dificuldade de ter de explicar seis ou sete vezes (não exagero Cristina) qual a rua onde morava (uma rua perpendicular à Avenida Central de Braga e tal uma das mais conhecidas naquela zona), o socorro foi imediato. Juraria que não demoraram mais de cinco minutos a chegar mas não posso precisar porque naquela altura perdi a noção do tempo.
Apesar do bom serviço por eles prestado, confesso-te que a complicada tarefa de repetir a morada me fez começar a perder a cabeça. Sobretudo porque via aquela mulher cada vez mais em perigo.
Se é importante que a pessoa que liga seja capaz de transmitir o máximo de informações o mais correcto possível, os operadores também não podem perder a noção de que estão a falar com uma pessoa que está potencialmente em pânico (acredito que sejam treinados para acreditar sempre que a chamada é verdadeira) e que, por isso, é fulcral não bombardear as pessoas com questões. As perguntas são importantes mas não podem ser feitas ao ritmo de quem dispara uma metralhadora. Porque, quando numa situação de pressão, o pior que se pode fazer é bombardear alguém com perguntas.
Quanto à notícia em si. Claro que não está bem construída, mas minha cara, se há coisa complicada é obter respostas, importantes, do INEM em situações deste género.

Beijo e bom fim-de-semana.
Cristina disse…
h.r.

felizmente eu sei que é assim. eles são muito eficientes (eu trabalho com 3 pessoas na urgencia que fezem imen, codu e vmer)
se a pessoa responder com protidão, eles sabem exactamente o que fazer e qual o modo mais eficaz de actuar.
e de facto queixam-se que uma das informações mais dificeis de dar é a morada....dá pra acreditar? e entende que não conhecem portugal todo, se a pessoa não for muito precisa é dificil. e pedem muitas vezes pontos de referencia...

agora, fazem as perguntas rapidamente porque sabem que tempo pode ser vida, acredita que tentam tudo o que estiver ao alcance pra socorrer rápido.

temos é que ter a noção de que é preciso respirar fundo, olhar bem prá vitima e dar uma noção exacta do que se passa. se for um desconhecido, tentar primeiro saber por exemplo se sentiu alguma coisa ou se sofre de alguma doença. é que pode implicar actuações completamente diferentes...

um beijo
Helder Robalo disse…
Cristina, só posso falar pelo meu caso. Sei que estava a dar informações suficientemente precisas, com pontos de referência incluídos.
Mas uma vez repetes calmamente, duas na boa, à terceira começas a passar-te, à quarta, quinta ou sexta apetece passar ao insulto.
Obviamente o trabalho deles é importante e muito complicado. Sei por exemplo que há zonas do País onde chamadas que deveriam ser dirigidas ao centro de Braga vão parar ao de Bragança ou Viseu. Já escrevi sobre isso. Agora não sei como está a situação, mas em Vila Nova de Famalicão havia uma zona específica à saída da cidade, em direcção a Braga, onde as chamadas para o 112 eram encaminhadas ora para Bragança, ora para o Porto e até para Viseu e Coimbra, se bem me recordo. E isso, claro, não ajuda ninguém. Nem vítimas nem socorristas.

Beijo.

(dá um salto ao Pensamentos a ver se gostas do último post;) )
Unknown disse…
Quem é a defunta????

bjinho
Cristina disse…


looool, a riquita claro! já não existe ha muito tempo!!

:DDD

beijinhos
Pêndulo disse…
por exemplo, libertação de gases


E é preciso chamar os bombeiros por causa de uma coisa dessas ? Bem faz a ASAE em encerrar restaurantes. Têm comida estragada e depois dá nisto.

:p
Anónimo disse…
Concordo com a racionalização de meios, bastante necessária pela não racionalização de quem manda e entende que o que existe chega.
No entanto, e tu explicaste esse pormenor na peça bem escrita, há situações e situações.
Há gente que faz o que pode e como pode. Devia ser o que deve, mas não é. Por variadas razões.
Corre-se, então, o risco da tal dificuldade de gestão de meios. Creio que apesar de tudo, é preferível actuar por excesso do que por defeito.
Ao cidadão não importa a nomenclatura das coisas. Se eu me sentir mal, pouco ou nada me importa se vou activar, com a minha má disposição, um CODU, o INEM ou uma VMER. E se me sentir MUITO MAL, nem penso nisso. É óbvio.
Há quem, pelo seu estado físico, não consiga responder a nada.
Colocas questões muitíssimo importantes que têm, no imediato, um efeito: ajudar a compreender o que é o quê. O que é sempre benéfico.
A prática é diferente. Principalmente para quem está mal e precisa dos cuidados médicos. Normalmente intensivos e urgentes.

Permite-me destacar uma situação colocada aqui por h.r.
As dificuldades de localização que quem atente possui na localização de algumas moradas.
Pergunto: quem atende (112) não tem um roteiro? Demora tanto a procurar do que a questionar o doente, ou quem por ele contacta.

Beijo.
CN disse…
Nada é perfeito, mas da minha experiência considero que o INEM funciona bem nas situações de emergência médica.
Anónimo disse…
Isto é que é informar, quase serviço publico.

Bom fim de semana.

JMC
Anónimo disse…
Doutora Cristina
Minha Querida Amiga,

Se tivesse que escolher um Post neste Blog, como o Post do Ano, até à presente data, seria este. E porquê ??

Pela importância do assunto em pauta:

- O 112 !!!!
(quando a vida está em perigo)

E agora vamos à minha opinião sobre o que diz:

No nosso jardim à beira mar plantado, segurança e emergência, são conceitos ainda muito esquecidos.

No fim do seu post, fala em formação. Muito bem !

Quantas escolas fazem simulacros ?
Quantas empresas ?
Quantas cidades ?

O Socorrismo !
Faz parte da escolaridade obrigatória ? Faz parte da formação a trabalhadores de quantas empresas, em Portugal ?

Pois é, está tudo ainda por fazer, Amiga ! A formação é muito importante para se saber, dizer as palavras certas, para o 112, na hora da aflição.
Haja quem ensine...

Muito Obrigada pelo seu acto de Serviço Público, quanto à forma como proceder.

beijos
Mais um valioso post.
Algumas considerações.
Embora custe aceitar a esmagadora maioria do povo português ou é analfabeto, ou iletrado o que se propaga quando precisam de em vez de ler ou escrever, transmitir de forma coerente uma ideia e se a isto associamos o stress de uma emergência, está bem de ver o que acontece.
Além de que toda a gente acha que tem direitos.
Os bombeiros além de voluntários são amadores e na maioria das vezes altamente incompetentes.
Eu sei que isto não se deve escrever e que os soldados da paz devem estar acima de qualquer crítica.
Peço desculpa, mas é a cristalina verdade.
Os bombeiros embora pareça estranho ganham ordenado e em muitos casos horas extras.
A sua principal ocupação é o transporte pago de doentes de e para os hospitais para fazerem os mais variados episódios médicos.
Outra muito importante é as rifas.
Na época de incêndios, cuja abertura está quase a acontecer, também ficam muito bem nas fotos enquanto a floresta arde.
Outra coisa não seria de esperar quando vemos bombeiros de Paço de Arcos (uma zona de floresta tropical) destacados na Serra do Caldeirão.
Os incêndios de verão são um lucrativo negócio.
Finalmente sobre o 112.
Não julgue que quando uma ambulância chega a sua casa, após uma chamada ter sido atendida, ela traz lá dentro um médico.
Claro que a Cristina, sabe isto e muitíssimo mais, mas ela é capaz de ter pudor em contar o que vê.

Notas finais:
Acho que com a obrigatoriedade de rastreio dos números, incluindo os confidenciais, o problema das localizações deverá desaparecer.
As televisões privadas fizeram (não vi) bem aquilo para que estão vocacionadas. Sangue, lágrimas, audiências.
cs disse…
eu também acho que a formação é muito importante...e sei que sim que os INEM, VMER ETC são óptimos profissionais e experts na sua área, a saúde.
A verdade é que esquecem que somos um povo com analfabetismo encapotado. e sim, formação para todos em geral.

1-á população para terem essas noções que a Cristina trata por tu
2-para quem atende telefones, formação para saber perguntar, para saber ler entrelinhas, para não perguntar com aquele ar de sabedoria lida num qq manual dando um tom á voz enervante e sobretudo fazendo-nos parecer a nós uns tolos..
Um povo que todo ele precisa muito de formação.

Bom post

Bom fds
.
sem-se-ver disse…
quanto ao seu post, concordo com esta afirmação de cs:
«Um povo que todo ele precisa muito de formação.»

post importante. tentarei lembrar-me da sua explicação, se vier a necessitar de tlf para o 112. e não me enervar - como me enervaria DE CERTEZA - se viver uma situação como a relatada por hr.

«Um povo que todo ele precisa muito de formação.»

bom fds
Anónimo disse…
Permite-me, Cristina, que aqui volte, para trazer uma coisa que parece "out of topic" mas não é.
Quando o ministro da saúde nos deu a boa (?) nova de que tinha sido lançada a "linha 24", prometeu que a mesma teria a atender especialistas em medicina (médicos ou enfermeiros).
Afinal é mentira. Quem nos atende é especialista em ... atendimento telefónico.
Com mentiras, papas e bolos se enganam os tolos.
ZGarcia disse…
O ideal é ter mesmo um médico em casa para ligar ao 112.
Se possível o dr. House, com um diagnóstico impecável
Gi disse…
Ontem escrevi para aqui um relatório (bom, não era tão grande assim ...). Parece que meti água e não o publiquei : ando mesmo a precisar de descanso. E é isso que vou fazer. Segui o teu conselho :)
Até para a semana amiga. Vou sentir falta de te ler.

beijos grandes
Kalinka disse…
Olá Cristina
Minha 1ª vez aqui e fico sensibilizada pelo contexto do post, dou-lhe os Parabéns, pois é de temas destes que precisamos, informativos q.b.

Celebrei os dons da terra e misturei-me com os sons do mundo sem coisa alguma...fui durante 4 dias de mini-férias para o Alentejo profundo.
Comecei por Estremoz e fui em seguida para Évora e daí em diante.

Pelo kalinka poderá ler sobre o meu «Même»:
"Para ser grande, sê inteiro:
nada Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim, em cada lago a LUA toda
Brilha, porque alta vive.
"Ricardo Reis"

Beijinhos.
Bom fim de semana.
DE-PROPOSITO disse…
Uma situação complexa, o problema que expões. No entanto temos de compreender que quem pede o socorro, naquele momento não tem o discernimento para responder às questões de forma coerente.
Fico por aqui.
Um tema que daria para uma serie de colóquios, e para os oradores ganharem umas 'coroas'.
Fica bem.
Felicidades.
Manuel
Cristina disse…
hr

pois, não sei se por qualquer motivo não estavam a perceber...não faço ideia.

agora esse desvio de chamadas não de percebe...

um beijo
Cristina disse…
reporter

repara 10000 chamadas e saídas de ambulancias para situações não urgentes já é pecar por excesso. excesso demais.
principalmente de se depararem com uma situação mesmo urgente e não houver carros disponíveis...

se fores tu proprio o doente torna-se muito mais facil e mais simples de entender se a situação é grave ou não. só precisas de saber dizer a morada.
de qualquer modo é óbvio qe na duvida vão. e vao mesmo! por exemplo se é uma criança a telefonar...pode nao saber explicar-se.... mas vão!

agora ha que ter noção de que uma saída em falso pode matar outra pessoa que realmente precisa, e isso é que é importante.

beijos
125_azul disse…
Se alguém yinha dúvidas de como agir correctamente, depois de ler o teu post, já não tem desculpas. Beijinhos, bom fim de semana.
Cristina disse…
cn

funciona muito bem.
mas o ensino à população, como em tudo é fundamental.
é pena que em termos de saúde as medidas sejam sempre tão mal explicadas e que por parte de quem pode ter uma atitude formativa não haja também uma preocupação de ensinar a usar bem os meios preciosos de que dispomos.
dar à noticia um tratamento mais construtivo. ou de esclarecimento sei lá..

as questões da saúde têm sempre contornos que me parece que ha pouca preocupação jornalistica em esclarecer, ou entender. até nas coisas mais simples se nota falta de aconselhamento no tratamento. a procura da desgraça pra mostrar e só..isso entristece quem dá tudo para que os outros sejam socorridos com eficácia, que atende milhões de chamadas, de pedidos de ajuda.
pena.
Cristina disse…
jmc

obrigada, bom fim de semana
Cristina disse…
Sofia

mas isto é tão pouco...quem dera que as televisões em vez de passarem as lágrimas legitimas de quem perdeu os seus pensasse em AJUDAR AS PESSOAS A USAR BEM O QUE TÊM, e que é muito bom.
só não é melhor por mau uso...

quanto ás escolas devia sim ser OBRIGATÓRIO o suporte básico de vida. manobras que qualquer cidadão devia saber iniciar e com isso se poupariam milhares de vidas...o procedimento ideal seria alguém a socorrer a vitima e outra pessoa, com a calma possivel a pedir socorro. e caramba! nós somos um país pequeno, não seria dificil de implementar. a razão é tão simples...quem tem alguma noção de como deve proceder não se assusta com tanta facilidade e é muitissimo mais eficaz!!

mas com o que eu não me conformo é com a comunicação social, preocupa-se com a dor de quem perde mas não se preocupa em ajudar a evitar perder..

beijinhos e obrigada
Cristina disse…
Fado

várias coisas:
a maioria do povo é pouco instruido, LOGO É PRECISAMENTE POR ISSO que é preciso formar e dar-lhe meia ddúzia de frases que têm que ter na cabeça e que oiçam repetidas vezes. as fundamentais para saberem dar indicações importantes. não é dificil, é só querer...é substituir 2 minutos dos discursos diários de politicos, que se repetem e repetem...


os bombeiros não são incompetentes, são competentes para lidar com umas coisas não com outras.
são muito competentes nos incendios e no transporte de doentes quando não haja risco de vida.
depois falas das ambulâncias do INEM. correcção: nem sempre vai um médico. mas vai SEGURAMENTE alguém com formação do INEM_é condição para tripular este tipo de transporte. e os tripulantes INEM têm cursos de suporte básico e avançado de vida. o que significa que estão habilitados a manter o doente vivo até ao hospital, dentro do que for possivel claro. e é só isso que importa. assim como ja disse aqui que a maioria dos médicos não está. ou seja não sabe cumprir as "guidelines" de suporte avançado porque não faz formação nesse sentido.

eu preferia ser socorrida por um tripulante do INEM que por um qualquer médico de passagem pelo local, nem tenhas duvidas sobre isso...lembra-te só que a maioria dos médicos está fora das urgencias por força das especialidades várias que a isso não obrigam.

e, FADO!!! a principal actividade dos bombeiros não é nem de longe o transporte pago de doentes....francamente! é o socorro. tens numeros? sabes estatisticas sobre a especificação das saídas do quartel? consulta.
não mandes coisas pró ar...

quanto às rifas, por favor...achas as rifas relevantes?

um beijo
Cristina disse…
cs

mas é evidente que para a implementação de qualquer sistema, é preciso que quem o usa saiba o que faz...neste caso são os utentes.

têm que habituar-se a pôr na cabeça determinados items a que têm que responder.
e isso aprende-se sem dificuldade..

cs
eles são de certeza muito incisivos no modo como perguntam, porque tem que ser assim para fixar a atenção da pessoa "só naquilo". porque imagine que se forem mais "moles" a pessoa começa a divagar, ainda mais em situação de pânico...

a pergunta tem que ser quase cortante para não dar hipoteses de fuga à questão.acredite que não é por afectação ou pedantismo..:))

beijos

um beijo
Cristina disse…
sem-se-ver

eu percebo o que diz. não sei porque circunstancia a morada que o hr lhes estava a fornecer lhes suscitava dúvidas, não sei mesmo. mas não foi seguramente para o chatear...:)

o panico é natural, mas se não mantivermos alguma lucidez não ajudamos ninguem..como no caso da noticia.

beijos
Cristina disse…
reporter

não conheço a linha 24 nem sei exactamente como funciona.
Cristina disse…
piscoiso

pois, o ideal era isso. logo, a nao ser possivel, ha que arranjar formas de tornar eficaz o socorro.

:)
Cristina disse…
gi

não faz mal, depois contas :)

descansa miuda, eu espero por ti :)

um beijo grande
Cristina disse…
kalinka

obrigada pela visita. ainda bem que se sentiu bem por cá. um beijinho e volte.
Cristina disse…
manuel

repara: assim como as pessoas memorixzam 122, também é possivel memorizar

acidente/doença
doenças conhecidas
o que sentiu?
consciente?/respira?
morada.

não é dificil, é "intoxicar" o povo. ha mais que meios pra isso..:))
Cristina disse…
125

muito obrigada

bom fim de semana para ti também:))
wind disse…
Excelente post!
Comigo aconteceu há meses algo surrealista. "Atropelei" um carro ao atravessar sem olhar.
Não sei quantas pessoas ligaram que apareceram 4 ambulâncias e um carro do Inem!
No fim, nem ao hospital fui!
Isto é só um exemplo de algo que não sei explicar.
Beijos
cs disse…
wind é sinal de que sobretudo as pessoas que atendem as chamadas tem péssima formação em atendimento. a comunicação exige tecnicas e a practica dessa tecnica é quase inexistente em portugal. e como tal a comunicação é impossivel, até porque são formados por quem nem faz ideia do que é comunicar. por quem acha que sabe. triste mas é assim

desculpe cristina responder a uma sua comentadora. mas nesta coisa da comunicação não lhe posso dar razão. não passa pelo utente. passa mesmo por quem fornece o serviço.
porque é disso que se trata. o INEM presta um serviço e tem de estudar o seu público e o resto é rodear o assunto. agora enquanto estas coisas forem pensadas por quem se calhar pouco entende de publicos alvo e outras coisas, continuará na mesma.

Desculpe o abuso
bom fds
um bjito
Cristina disse…
cs

desculpe, mas em que é que o caso descrito pela wind a faz concluir que o problema está em quem quem recebeu a chamada de 4 pessoas diferentes e o que a faz concluir que essas pessoas são formadas por outras que não percebem nada de comunicação?

desculpe mas eu também não concordo consigo, eu acho que o fundamental é mesmo a precisão de quem pergunta e a precisão de quem responde e não me parece muito contestável que a falta de assertividade está do lado de quem responde.

e o que a faz pensar que o INEM e quem atende não conhece o seu publico alvo?

bj
cs disse…
cristina se calhar nem preciso de pensar muito, neste caso particualr. basta saber como se fazem as coisas e o que é a formação nestes casos
qto a resposta da wind era sómente para dar relevo á falta de comunicação por terem aparecido 4 ambulãncias, que como reparará os emissores foram muitos e o receptor teve dificuldade na triagem.e por aqui me fico.
e qto a não concordar, deixe lá, amanhã haverá algo em que concordaremos. loll
um abraço
Anónimo disse…
Caro(a) "cs", não abordei o assunto proposto pela Cristina, - o problema da (in)comunicação no 112 - pelo lado do receptor (quem recebe a chamada). Preferi fazê-lo, tal como a Cristina, pelo lado do emissor - quem envia a chamada (que precisa de ajuda). Ou seja, referi-me mais à falta de formação que assiste às populações, neste âmbito, como em muitos outros ligados à emergência.
Mas o tema comporta os dois lados da questão. Comunicar é emitir e receber. Note-se !
E não deixo de compreender e concordar com as razões que aponta. Muito bem !
Temos que viver com a realidade. E a realidade é que quem telefona para o 112, pode ser, desde a pessoa mais letrada/informada, à pessoa mais iletrada. Essa diversidade de nível de instrução/informação, (já para não falar de aspectos ligados à emocionalidade), tem de estar monitorizada, pelo funcionário do 112, para que num curto espaço de tempo, o mínimo necessário, se obtenha a informação que interessa obter, para saber-lhe corresponder correctamente, com sucesso na acção e nos meios a disponibilizar.

Saber comunicar é importante !
No 112, muito !
Seja de quem precisa da ajuda.
Seja de quem está para ajudar.

Como em tudo na vida: aprende-se !

E agora pergunto: como em tanta coisa, que falta ainda fazer, no nosso País, estará este aspecto devidamente acautelado - os diferentes públicos-alvo e, consequentemente, a diversificada relação inter-pessoal a estabelecer ???

Uma coisa é certa: houve in-comunicação, no caso em apreço.

beijos a todos
Anónimo disse…
O que aconteceu no caso descrito pela Wind foi falta de coordenação dos meios.
Já foi aqui explicado pela Cristina como tudo funciona. Se funcionar bem.

Há poucas semanas, um cidadão foi tocado por uma viatura ligeira, numa passadeira para peões. Alguém que se encontrava por perto e com ligações à Protecção Civil, contactou de imediato a ocorrência, explicando tudo adequadamente (eu ouvi). O condutor da viatura, assustado, tomou igual atitude porque desconhecia que mais alguém o tivesse feito.

Resultado: uma VMER, uma ambulância chamada normal (perdoem o termo pouco técnico) e ainda uma viatura de desencarceramento.
Dá para entender?

Não. O tocado - não digo atropelado porque não foi - apenas teve, como prejuizo, os óculos partidos ... e o susto.

Pior! A VMER e a viatura de desencarceramento, depois de terem constatado da não necessária presença, mantiveram-se no local muito mais tempo do que seria admissível.
Hora de descanso. Presumi.

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