Emergency Room
Estes meus passeios em dias de descanso acabam sempre por passar pela minha loja preferida, que uma pessoa não se pode descuidar e não vá haver coisas novas e eu sem saber de nada. Passei pela secção dos filmes e depois de verificar que não havia nada de novo, pelo menos que me entusiasmasse, ao ver a colecção de DVDs do Serviço de Urgência, fiquei a pensar de que maneira a televisão pode influenciar as pessoas. A série era espectacular e tecnicamente perfeita; até as pausas, os gemidos, as as doses das drogas, os efeitos imediatos, tardios, os adversos era tudo irrepreensível.
Mas havia um aspecto que não era fiel à realidade embora, até neste ponto, em alguns dias possa ser assim; a maioria das mortes aconteciam em situações de violência: por armas de fogo ou acidente. Talvez por ser mais espectacular, mais imediatista, por o público entender melhor ou até por reflectir a realidade da sociedade americana. Este facto acabou por criar nas pessoas que assistiam a ideia de que os problemas médicos (enfartes, embolias, acidentes vasculares, etc) tinham passado a ser sempre tratáveis. A consequência foi que, ao fim do primeiro ano de exibição da série, aumentaram significativamente os processos por negligência em relação às doenças médicas na urgência. E só em relação a estas.
Comentários
Enfim, faz-se uma série decente, realista qb, que mostra o enorme trabalho, stress e dedicação dos médicos nas Urgências, e o que sai daí são mais processos por "má prática"... Sei de fonte segura que há anos e anos que os médicos americanos têm um medo incrível de ser processados, independentemente de terem ou não errado, e da importância e tipo de erro. Contratam seguros caríssimos para se protegerem, e mesmo assim...
A propósito da série televisiva "Serviço de Urgência" (E.R.), não resisto a transcrever estes excertos:
"Muitos anos depois voltei ao serviço de urgência, agora como espectador fiel e devotado de uma série de televisão - E.R. -, para mim encantadora pelo avivar de "fond memories"......."
"O apelo imediato do E.R. é fácil de explicar: é que a hábil dramatização de Michael Crichton, clínico praticante anres de se tornar escritor de sucesso, conseguiu preservar a realidade daquela medicina única que é a medicina de urgência. E vale a pena chamar a atenção para alguns dos seus traços mais característicos.
Em primeiro lugar, esta é a medicina da probabilidade ou da certeza precária, pois obriga a tomar decisões instantâneas baseadas em informações incompletas e, tantas vezes, inevitavelmente erradas....."
(João Lobo Antunes, in "Memória de Nova Iorque e outros ensaios").
esse é o encanto e a angustia da urgencia. é um jogo de probabilidades constante usando os elementos de que se dispõe e que podem ser nenhuns. mas há truques! o mais importante é optar sempre pela hipótese mais ameaçadora da vida do doente e tratá-la, a partir daí o que vier é ganho:)
quanto aos processos, obrigam a uma medicina defensiva que em ultimo caso pode ser a mais dramática- não 'arriscar'. isso vê-se na américa e já se vai vendo cá.
o médico que arrisca com atitudes heróicas é cada vez mais raro, porque se as coisas correrem mal, nem sempre é compreendido.mais, é crucificado.e às vezes se perdem doentes, porque se fez só o que está 'oficialmente' estabelecido como indicado e não se foi mais além embora correndo mais riscos.
havemos de voltar ao assunto. :))
é assim mesmo, não há outra maneira de fazer as coisas que não seja, colocar todas as hipóteses e as probabilidades de cada uma. quem não fizer este exercicio dificilmente chega a diagnósticos ;)
Riquita por acaso gosto muito dessa série, mesmo sem os conhecimentos técnicos da vossa profissão, desconhecia por completo esse aumento, ainda assim acho que é sempre importante vermos séries deste tipo pois explicam-nos algumas situações de forma mais do eloquente!
Beijo
beijinhos
ps.vai seguir um email..;)
Beijinhooo
a série estava de facto muito bem feita e seguramente com muito bons acessores, engraçado que por exemplo nas reanimações, até as complicações de determinados procedimentos (raras ou não) lá estavam. nunca vi isso noutra série que meta actos médicos.
pormenores como por exemplo usar um aparelho e ele avariar-se, a avaria era mostrada na circunstancia certa e da maneira certa e não só 'para ocupar espaço'
amie
houve uma cena que achei muita piada, estava um internista a tentar transterir um doente para outra especialidade e responde um terceiro -ele lever o doente? aposto contigo que não o leva, não quer sobrecarregar o orçamento do serviço dele.
só quem estudou muito bem o ssunto sabe destas guerras, que nunca transparecem para o publico, são guerras internas e esta conversa tou farta de ouvir :)))fartei-me de rir quando vi aquilo.
o fenomeno social existe, mas não acaba com as outras situações.
mas acho que é uma falha menor :))
Bjs da Matilde
obrigada para ti também:)))
Vou dizer mais devagar, uma vez que ninguém me respode...
- NÂO...SEI...A...MORADA...DO...BLOG...ESTAR...no...3º...4º...6º...participante...é...igual...ao...litro...porque...não....sei...onde...procurar...o...blog...e...por...isso...não..lhe...vou...enviar-lhe...nenhum...texto...porque...ninguém...me...responde...onde...é...que...está...instalado...o..blog....porra!
aqui está :
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V
http://momentosdanina.blogspot.com/
VI - http://spaces.msn.com/members/ninahaden/
que será imediatamente antes do politicopata. Não sei se o VI já está escrito, porque não consigo entrar no blog da ninahaden.