B B King

B.B. King completou 80 anos ontem, é o maior bluesman vivo, mas ainda toca 300 dias por ano para ganhar a vida.
Nós, músicos de blues, não somos muito populares, não tocam nossas músicas como fazem com outros estilos. Aprendi cedo que eu tinha que ir pessoalmente levar minha música porque as pessoas não a recebem pelo ar. Por isso não me aposento, não posso me dar este luxo, disse ele numa entrevista à "Reuters".
Chegar aos 50 já parecia difícil para mim. Cresci no campo, não tínhamos remédios, médicos e hospitais como na cidade. Dirigi caminhão, tractor, colhi algodão, arei com mulas. Naquela época, se a gente não tivesse brancos que se importassem connosco, não haveria mais negros no Mississippi. Um branco podia matar um negro quando quisesse que nada lhe acontecia. Mas tinha muitos brancos que defendiam a gente. Tive sorte, contou.
O primeiro disco dele, pelo selo Bullet, de Nashville, tinha quatro músicas. Ainda lembro das faixas. Eu estava casado, então uma delas era 'Miss Martha King', depois 'How do you feel when your baby packs up to go', 'Take a swing with me' e 'I've got the blues.
Centenas de discos depois, seu 80º aniversário é comemorado com um CD duplo com alguns de seus primeiros sucessos pela gravadora Virgin, a Universal lança "B.B. King and friends - 80", ao lado de discípulos como Eric Clapton, Van Morrison, Mark Knopfler, Elton John e Sheryl Crow.

tradução: dirce.globo.br