Descontando algum mau humor, há de facto notícias que me dão vómitos. Sempre as crianças. E hoje surge mais um caso de selvajaria, maus tratos, tortura, o que lhe queiram chamar, com uma criança de dois anos e tal, denunciado pelo infantário[JN].
Meu Deus, quando é que isto acaba? Supostamente, neste caso ainda se chegou a tempo de um desfecho mais trágico, mas estas situações não aparecem subitamente, quando são escandalosamente evidentes, quando enfim entram pelos olhos dentro, já o sofrimento destas crianças ultrapassou há muito o que qualquer sociedade poderia ou deveria tolerar. Quando é que ultrapassamos definitivamente a inércia, o repúdio passivo e nos dispomos a intervir e a denunciar mais cedo, antes das marcas?
Lágrimas de crocodilo não choro, somos todos culpados.

Comentários

É... pertencemos a uma raça de animais muito cruel... :-(
Somos comodistas com situações que nos rodeiam, incluo-me, mas sendo pai tento pelo menos respeitar e acarinhar as crianças que tenho a meu cargo.
Denunciar situações não é fácil para o cidadão comum, porque a maior parte das vezes não convive no meio onde se geram os maus tratos.
Muitas vezes apenas o hospital e poucas escolas denunciam situações de risco, apesar da sociedade começar finalmente a acordar para a violência que existe onde não deveria existir, no próprio lar!
Tanta coisa haveria a alterar, penso que o caminho é começarmos por respeitar a criança como ser humano que é.

Um beijo embrulhado em muito carinho, até outro instante...

(A musica é linda)
Cristina disse…
Bom fim de semana
:)
beijinhu
Cristina disse…
louco

denunciar é fácil, mas infelizmente as pessoas têm medo dos "problemas" que isso lhes possa trazer. a nossa justiça ainda não garante a celeridade suficiente nos processos para que essas pessoas se sintam protegidas.
por outro lado, quanto mais denuncias houver e quanto mais elas forem estimuladas mais de vai criando o hábito de ver as crianças como nossas, como responsabilidade de todas e não só dos progenitores, que quanto a mim não devem ter nenhum direito ou autoridade especial por serem os pais geneticos.

beijinhos.
maloud disse…
Quando começar a ser penalizada, como deveria ser, a não assistência a pessoa em perigo, haverá gente a denunciar. Isto só lá vai com repressão.
Beijocas
Anónimo disse…
Mais um tema dramático, o que refere, Cristina.

Uma amiga minha ucraniana que vive em Londres, vai ser ama, em casa, e foram-lhe exigidas várias condições pelos Serviços Competentes, para poder desenvolver essa actividade, a saber (e do que eu sei claro):

- a frequência obrigatória de 5 cursos na área de cuidados de crianças, sendo alguns pagos pelo Estado Inglês, outros pagos pela própria.

- os vidros da casa têm de ser de forma a que não estilhaçem, por exº.

- O número de crianças por idade, tem de ser em numero muito limitado, e só um determinado nº de horas, por dia, consoante os períodos de trabalho das mães, sendo que devem ser desfazados, esses períodos. As crianças não podem estar todas ao mesmo tempo, na casa da ama.

- Bébés - só pode ter um, que vai ser a sua própria filha.

- A água e a electricidade passa a ser suportada pelo estado Inglês.

Enfim as coisas, pelo que me parecem, funcionam com muito mais controlo e profissionalismo, e logo de partida.

Os apoios do Estado são muitos, mas as exigências também, tudo muitíssimo controlado, periodicamente, e com muita frequência.
Cristina disse…
maloud

de acordo. tal qual como acontece nos países onde se diz que as pessoas "são muito civilizadas", naqueles onde por exemplo que for apanhado com alcoolemia acima de x, é bem capaz de nunca mais entrar no carrinho. ou onde quem deixar um cão em casa sozinho é bem capaz de ir preso e se for emigrante é deportado, como conheço um caso. aí, as pessoas são civilizadas ;)

beijocas
Cristina disse…
tenho dias

é. em portugal, não sei se conhece a legislação. é também muitissimo exigente. sei alguma coisa em relação a isso porque acompanhei de perto a montagem de um infantario. nem passa pela cabeça as coisas que exigem e os pormenores a que ligam nas vistorias, isto
em relação a amas e em relação a creches e infantarios.

agora, o drama: na cidade onde vivo ha milhares de crianças. há, acredite ou não zero infantarios do estado e dois (o que segui é um deles)com alvará). sabe onde ficam os tais milhares de crianças? pois...

foi levantado varias vezes a questão dos clandestinos e conclusão é só esta: o estado não quer nem pode, nem está interessado em ficar com os meninos nas mãos, literalmente.

a partir daí tudo se faz.


beijinhos
Macro disse…
http://macroscopio.blogspot.com/2006/05/origem-do-mal.html#links

Olá Cristina,
creio q mais do que um caso pontual, a maldade é intrinseca à pp/ a natureza humana que só se resolve intensificando os métodos e as ferramentas dos sistemas educacional e cultural... Talvez assim possamos ser mais humanos, que é como quem diz - menos animais.
Bons posts
Best
rpm
Rui Gonçalves disse…
Sem dúvida, subscrevo totalmente.
Quase que mais valia juntarmos todas as crianças e todas elas são nossos filhos.

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