-Só conhecemos o que cativamos-disse a raposa-Os homens deixaram de ter tempo para conhecer o que quer que seja. Compram as coisas já feitas aos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens deixaram de ter amigos. Se queres um amigo cativa-me!
-E tenho que fazer o quê?-disse o principezinho.
-Tens que ter muita paciência.Primeiro, sentas-te longe de mim. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal endendidos. Mas podes sentar-te cada dia um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
-era melhor teres vindo à mesma hora-disse a raposa. -por exemplo, se vieres ás quatro horas, às três, já eu começo a estar feliz. E quanto mais perto da hora, mais feliz me sinto. Às quatro em ponto hei-de estar toda agitada e toda inquieta: fico a conhecer o preço da felicidade! Mas se chegares a qualquer hora, eu nunca vou saber a que horas hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...
Precisamos de rituais.

[O Principezinho]

Comentários

MariaTuché disse…
Simplesmente maravilhoso :))

Mais uma vez se fala aqui no Principezinho, mas nunca é demais.

Beijosss
Parrot disse…
Boa semana....e bom descanso.

Beijos
;)
Lola disse…
Escolhe a hora.
Eu estarei lá,toda agitada á espera...
Beijinhos
Lola
Anónimo disse…
Cristina
Esperar sempre foi angustioso... ainda mais quando trata-se da mulher amada...
Ei, também quero presentes! Pode trocar a cerveja por vinho? O celular (controle remoto) por um violão e não quero a playboy. Ainda prefiro a mulher ao vivo.
Beijos
Yon
wind disse…
Este livro sempre foi e será o meu livro de cabeceira.
Esta passagem do Principezinho e da raposa é aquela que todos escolhemos para falar de amizade.
Quanto aos rituais, já em estudante aprendi em antropologia que o Homem é um animal de horda:)))
"Iou've got a friend"-James Taylor:)))
beijos
Temos aqui dois tipos de homens.

O Yon, romântico que traz flores, uma caixinha de chocolates Regina e se perfuma com Davidoff.
Dois beijinhos, que linda que estás, pareces a Sissy Spacek, não corta, pareces é... como é que ela se chama... bem aquela miúda com as pernas um bocado grossas do Dança com O Primeiro que Encontres.

E cá o moi je que quando era mais novo também gostava delas au naturel mas agora em papel são menos exigentes e ainda por cima depois da sexta bejeca basta atirar o magazine cultural para o canto e ele nem se queixa, nem refila e podemos calmamente com o controlo (peça essencial) desligar e esticar no sofá.

Ó céus, estou mesmo a precisar de ir ao médico.

Quanto ao livrinho acho que o que está lá escarrapachado é que se marcares um encontro para as seis com a mais que tudo, aparece ás sete que às oito já escolheu os sapatos e desce às nove, penso eu de que.
PA disse…
-
E como o Fado Alexandrino não dá nada que pensar, não senhora !!!! (ihihihih ...)

Junte-se-lhe esta questão:

Terão sido os rituais da amizade, que desenvolveram a boa relação que existia entre a "Natacha" (austríaca) e o seu sequestrador ?

O que é o Sindroma de Estocolmo ?
Sabe Cristina ?
Alguém sabe ?

Este caso tem chocado a Áustria e parece que toda a Europa, pelos sentimentos que a "vítima" exprime sobre o seu raptor.

E sinceramente, tudo isto me deixa um pouco arrepiada .... e a pensar.
Uma história que começa aos 10 anos de idade, de uma criança, e é vivida numa cave. Noutros moldes, uma Anne Frank ....

Ninguém via esta menina, ninguém se apercebia da sua existência, no prédio, à sua volta ... de verão, de inverno ... ?
A Natacha não teria tido as doenças "normais" das crianças, que carecem de uma ida rápida ao hospital ?

Penso eu de que ...
PA disse…
Fado,

você está muito preguiçoso.
Levante-se do sofá !

Já !!!!
Olá Diana F.
Ver aqui e aqui .
O que não se faz por estas mulheres!
Valha a verdade dizer que aproveitei um momento que tive que me levantar para ir à geleira buscar mais uma bejeca.
"-Tens que ter muita paciência.Primeiro, sentas-te longe de mim. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal endendidos. Mas podes sentar-te cada dia um bocadinho mais perto..." - este 'cadinho é delicioso.
inBluesY disse…
delicioso, como a musica (como sempre).
Cristina disse…
hehehehe:))))

ora bem...óóóóóó FAAADO!!!!

que raio de ideias são essas sobre as mulheres pá??? tu muda de agenda homem, que tens andado muito mal acompanhado!!

que desencanto é esse?? e não me parece que um mádico te ajude muito...

bjocas
PA disse…
Muito obrigada, Fado !!!

Ai, essas bejecas .... ai, ai !!!

aqui vai uma beijoca .... hummm ... chuacccccc !!!
Cristina disse…
tuché,
é verdade, vale sempre a pena..

beijinho
PA disse…
eheheheh ...

muda da agenda ....

eheheheheh ...

qué dezêre, muda de mulher,...

A Cristina ... é rápida e concisa.
mai nada .... !!!

já há poucas mulheres como esta !!

Se fosse homem, apaixonava por ela.
Ou se gostasse de mulheres !
O que também não é o caso.

Bem, então ... até logo.
Cristina disse…
lola

olá lindinha :)))nós já temos hora marcada...há muito tempo ;)

beijinhos
Cristina disse…
Yon

a mulher, um vinho e o violão ...ora aí está o que é!! 'cê nunca me enganou :))))ou não fosse brasileiro lool

beijocas, encantada com a tua visita ;)
Cristina disse…
Is

é verdade, este livro é um mimo, apetece trazê-lo todo, aos poucos.

obrigada pela visita, beijinhos
Cristina disse…
Diana

O sindrome de Estocolmo é uma forma patológica de adaptação da vitima em que por uma questão de sobrevivencia e de forma inconsciente a pessoa se adapta à vida que o raptor lhe proporciona, não é uma afeição real, tanto assim que fugiu, mas, sendo um mecanismo patologico, não é facil a pessoa racionalmente se desligar dele, por isso é que quem a segue teve que ter cuidado quando lhe disse que ele tinha morrido, ou tem de ter cuidado com as criticas que faz ao ex-agressor, pode desencadear uma reação paradoxal de desespero e de defesa do outro por parte da vitima.

Nas situações de rapto em que as pessoas não se desligam da realidade, assim que a ameaça acaba há um restitutio ad integrum imediato, apessoa revolta-se e assume imediatamente que mentiu.

O caso mais falado de sindrome de Estocolmo, aconteceu nos EUA nos anos 70 em que um grupo de assaltantes raptou uma rapariga (patricia não sei quê..) e ela passado uns tempos estava a fazer assaltos com eles, sem ser obrigada, claro.
Não sei exactamente o que aconteceu com ela..

Espero ter ajudado a perceber, assim meio à pressa ;)

beijos
Cristina disse…
fado

fui ver esses links. o que aquela Denise decreve "alegremente", é que se apaixonou pelo raptor, o que me parece que é uma situação diferente. O sindrome de estocolmo é uma adaptação patologica como um instinto basico de sobrevivencia. mas continua a haver conflito interior, tanto assim que a rapariga fugiu..
Cristina disse…
Rosalina

todo o livro é uma delícia ;)

beijocas
Cristina disse…
wind

eu sei que é dos teus preferido:)))
meu também...
define como ninguem a construção da amizade :)))
beijinhos
maria inês disse…
"a mim m'encanta", quando visito blogs e me deparo com esta obra!

é uma delicia!

boa semana, cristina!:)))
Alien8 disse…
Cristina,
A raposa é que sabe como é. Da amizade e dos rituais. Ou de lindíssimas desculpas para se chegar atrasado :)

Bela explicação sobre o síndrome de Estocolmo, que me faz lembrar o da "ternura pelo inimigo". Há inegáveis pontos de contacto.

No caso que referes, da Patricia Hearst, jovem filha de um multimilionário, e do Exército Simbiótico de Libertação (!!!) - se não me falha a memória - , sempre ficaram algumas dúvidas acerca da existência de rapto (e sequestro) propriamente ditos. Colocou-se a hipótese da conivência da rapariga. Ou isso, ou foi rapidamente influenciada pela "ideologia" do grupo, porque realmente se tornou participante activa no movimento (e nos assaltos...).
Um beijo.
Cristina disse…
Alien

obrigada pela ajuda, essas duvidas são perfeitamente legitimas, dado que de forma consciente e lucida ela se envolveu com eles...

beijinhos
Cristina disse…
anjo e demonio

obrigada, volta sempre ;)

beijinhos
Anónimo disse…
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"

Demasiada responsabilidade num mundo de seduções rápidas...

...mas sempre tão cativante, o Principinho!

Boa Noite Cristina!

:)
nana disse…
foste etiquetada!!
;)
Anónimo disse…
O papel da ritualização na perpetuação dos afectos é interessante e foi bem observado na obra ( que encerra recursos inesgotáveis relativamente à teorização da amizade e dos afectos e, numa dimensão que pode ser revisitada por toda a vida,e perante os mais diversos "life events").
Contudo, a mesma obra para além do valor dos rituais para estar disponível para ser cativado e cativar, desenvolve o conceito de "solitude apprivoisé"- a capacidade de se estar sempre com alguém, mesmo estando só ou na sua ausência ( e liberto de rituais).

Não sei se nesta altura do campeonato vais ler tão abaixo. Não tenho tido tempo para escrevinhar e cheguei tarde, mas é um tema fascinante.
PA disse…
-
Jorge disse:

"[...]o conceito de "solitude apprivoisé"- a capacidade de se estar sempre com alguém, mesmo estando só ou na sua ausência"

Bloguar é um pouco isso, estar só ... acompanhadamente, em especial, por pessoas maravilhosas, como a Cristina Vieira e o Jorge Matos !!

Disse !

beijos aos dois (e desculpem de meter a "colherada" !!!)
Anónimo disse…
Minha querida amiga
Diana F.

A Cristina já fez um "abregé" do sindroma correctíssimo.

Acrescentaria que no caso existe uma espécie de representação plástica dos afectos sem qualquer ressonância afectiva ( isso exige recursos ligados às sensações, memória, memória,simbolização e conhecimento. É uma espécie de "acting out" determinado pela ultrapassagem do limiar de proximidade e por rituais e, não representado abstractamente - Logo descartável.

Mas isso não acontece só no dito síndroma. Na maior parte das ligações amorosas acontece um facto similar. E, não é só uma questão de sorte ( não negligenciável)- é uma questão de constructo psico-afectivo ( que vai emergindo progressivamente e muito precocemente).

Peço desculpa pelo tom de "correio sentimental" da resposta.

P.S- Para ti, que gostas de desafios, um bom tema. Complicadote, concordo!
Bj
Cristina disse…
jorge

pode-se sempre ler 'mais baixo' ;)

a serio, leio sempre, os comentarios vão para o mail :))

em relação à solidão, essa é a beleza de aprender a amizade 'como deve ser', com todos os rituais. cola-se à pele e como ela é a nossa protecção, o nosso orgão de impacto com o mundo, o que nos amortece o choque. e, mais importante, mesmo sem termos consciencia disso está sempre lá.

um beijinho
Anónimo disse…
Cristina:

Ler "mais abaixo" é diferente de ler "mais baixo".

Temos tantas coisas em comum e tantos equívocos semânticos.

Este desabafo até parece uma cantata. Não é !

Mas considerar o meu comentário "mais baixo" . Francamente !

Beijinho
Cristina disse…
ó Jorge!!

pelamordedeus!! eu lá dizia uma coisa dessas?

ainda por cima dos teus preciosos comentáros, TÃO RAROS!!!! :(((

beijocas
Anónimo disse…
Cristina:

Claro ! Era só converseta para desemperrar a pantalha ( Hermanos dixit).

A propósito. Toledo é fixe.

Que os sabres sirvam para cortar rente o que deve ser cortado.

Tás a ver: Comento pouco mas leio mais. Uso os comentários para "design" não publicável.
Cristina disse…
loool

pudessemos nós cortá-lo.tão bom que era ;)

huuumm, tá bem, seja lá isso o que for..

beijocas
Anónimo disse…
Cristina:

Referia-me a "maus objectos" e externos

pelamordedeus!!

Até outro dia !

Abraço
PA disse…
Jorge,

de facto ... gosto das coisas simples.

Cada vez mais ...
Anónimo disse…
Diana F.

Coisas simples
(Andréa Vanucci)

Um pôr-do-sol iluminado
Um abraço apertado
Seu sorriso
Lindo só pra mim
Passear pela lagoa
Num domingo
Assim à toa
Conversar sem pressa
De chegar ao fim

Apenas coisas simples
Simplesmente boas demais
Apenas coisas simples
Simplesmente boas demais

Um sorvete no verão
Lua nova na paixão
Ler um livro, ver um filme bom
Cabra-cega, pique-esconde
Viajar no tempo, ouvir o Tom
________________________________
De facto... é através das coisas simples que podemos encontrar a paixão de viver, nunca cessando a construção do que somos.

Gosto sempre de te ouvir
Abraço
Anónimo disse…
Cristina:

A propósito de coisas simples
Ontem visitei pela 1ª vez a tua Bolacha. Tem uma simplicidade tão cristalina e tão estética que até me comoveu.
Deixei-lhe um beijo grande
Cristina disse…
jorge

obrigada:))

a bolachita é muito expressiva e tem um humor irónico a que eu acho muita piada lol (ó pra mim babada...)

e as coisas simples, cada vez mais. só me complico no que acho realmente assencial. coisas da idade...

beijocas

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