Vi ontem um pouco do episódio de Dr House. Já me tiham falado da série várias vezes mas confesso que nunca vi nenhum apisódio completo, apenas alguns minutos esporadicamente, mas ontem entendi porque é tão famosa...o protagonista tem todos os ingredientes para ser admirado, carismático, irónico, controverso mas respeitado, um pouco cruel para os seus doentes, evita falar com eles, é rude, é honesto-o que é uma coisa boa, mas não numa situação em que se diz aos doentes que têm minutos de vida... enfim, não corresponde ao típico protagonista certinho e bem-comportado de quem todos gostam, House é , de certo modo, um anti-herói. Compreende-se.
A série tem para mim o aliciante da marcha diagnóstica, pelo que vi, o homem deve ser internista(a minha especialidade), coisa que é sempre dificil explicar a alguém, pelo menos isso, fica-se a perceber que arte é essa de de englobar todos os sintomas dos vários órgãos numa só doença, ou como costumamos dizer, até prova em contrário o doente só tem uma patologia.
agora, vem a parte-filme: a série, ao contrário por exemplo do Serviço de Urgência, peca pelo floreado excessivo, ou seja, as discussões diagnósticas nunca atinguem o dramatismo representado e a marcha terapêutica também não. Voltando ao episódio de ontem, as hipóteses eram boas (Guillan-Barré era a melhor), mas a evolução e as atitudes técnicas apresentadas são irreais: desde entubações e extubações num espaço de tempo impossível, até decisões dramáticas e exames ginecológicos no elevador, até uma situação de morte eminente num contexto infeccioso que desaparece quando se tira a carraça e tem alta no dia seguinte, enfim, quanto a mim desvirtuam um pouco a história, mas não deixa de ser agradável de ver, se nos abstrairmos desses "pormenores". Vou tentar ver os próximos...

Comentários

wind disse…
É uma sérir que adoro ver pelo carisma do Dr. House e pela sua aparente frieza:)
beijos
Francis disse…
nunca bi, carago...
Anónimo disse…
Até quinfim segues bons conselhos.

Bem binda.

Pêndulo
Sim pois tábem, mas e se fosse cá com um doente ADSE que ainda ontem pagava 10 cêntimos pelo tratamento A, dezassete pelo tratamento B e nada pelo tratamento C.
Tinha alta, levava com a conta 3,17 euros na tromba e dava-lhe uma coisinha má no bolbo raquidiano.

Zut prás urgências de novo.
Tinóni, tinóni.
É assim que o Sócrates quer poupar o dinheiro dele?
MariaTuché disse…
Bem confesso que nunca vi, mas o serviço de urgência vejo sempre que tenho tempinho de ver televisão e prefiro do que ver os nossos canais e as suas novelas.

Vou ficar atenta para ver o próximo :))
Cristina disse…
wind

parece sim, o homem tem pose..e as discussões diagnosticas têm algum interesse, apesar de muito rebuscadas.

mas é giro..

beijinhos
Cristina disse…
Pendulo

porque é que apareces a preto???

eu costumo seguir sempre bons conselhos! agora até os consederar bons pode levar algum tempo ;)

beijos
Cristina disse…
Fado

não percebi essas contas pá!


mas nem compares o sistema de saúde com o americano!! coitados deles!

3 gajos entram num hospital com a mesma doença, a um podes fazer tudo, ao segundo tens que pedir 10 autorizações à companhia para garantir que não excede determinado valor e se exceder pára por ali, e o outro vai morrer longe...

no nosso país, qualquer indigente tem direito a uma cama de cuidados intensivos, um ventilador e milhares de euros diários em tratamentos..e protestam!!!! sabes de quantos países do mundo se pode dizer o mesmo?? ah, pois!

eu ja vi estrangeiros aqui preocupadissimos se os seguros vão pagar os tratamentos que estão a receber, os nossos alguma vez pensam nisso? nunca.

beijocas
Cristina disse…
tuché

o serviço de urgencia é a serie do genero mais perfeita tecnicamente que eu vi até agora, tem pormenores incriveis desde os efeitos das drogas, aos efeitos secundarios, aos conflitos de decisão, aos conflitos de gestão entre os varios departamentos do hospital, não falta rigorosamente nada!
e é perfeitamente coerente na abordagem e na evolução das doenças.

brilhante mesmo. Spielberg não brinca em serviço ;)

beijinhos
Anónimo disse…
nada como ser-se leiga nestas matérias, para que não se perca o "realismo", e se mantenha a credibilidade no argumento...

também ainda só vi um episódio, achei engraçado, vou estar com atenção aos próximos...

:)
Pêndulo disse…
A preto em solidariedade com os desalojados da Azinhaga dos Besouros.


Se tivesses net a 56K não perdias tempo com password e nicks .
Cristina disse…
zab

o melhor é não ligar aos pormenores mesmo :))
e ver..

beijinhos
Era uma brincadeira com os recentes "aumentos" que foram efectuados na ADSE, onde havia tratamentos que aos utentes custavam 17 cêntimos e o resto era pago por mim, por ti, por todos.

Bom adiante.
Nunca vejo séries que metam hospitais e doenças.
Assustam-me.
Cristina disse…
Nunca perco um ipisódio, adoro o House :)
Cristina disse…
fado

a ADSE tem os dias contados..

loool, tu és assustadiço? huuuum...

beijinhos
Alien8 disse…
Gosto da série, e o Dr. House é uma figura. A título de curiosidade, trata-se do mesmo actor que faz (fazia, há uns anos...) de Prince George na série Black Adder. E esta?
Ana [Lua] disse…
A série é brilhante!
Rui Gonçalves disse…
Apesar de não gostar habitualmente de séries de médicos nem de advogados (apenas porque não aprecio e não por ter nada contra os profissionais em causa), tenho visto com agrado alguns episódios do dr. House. Penso que a série transmite, à parte da encenação que caracteriza o momento televisivo, uma mensagem bastante importante para muitos dos nossos médicos:
"Medicina aprende-se, a Inteligência treina-se mas a Perspicácia é inata e igualmente importante para um médico"
Pessoalmente sei o quanto estas características são importantes para os médicos.
Cristina disse…
Alien

não me lembro dessa série..
mas é uma figuraça, lá isso é..

beijocas
Cristina disse…
Ana

é mais espectacular que brilhante..

e interessante sem duvida ;)

beijinhos, bem vinda.
Cristina disse…
Rui

deixo-te a introdução que escolhi para o meu curriculum, que acho muito interessante:

« A nenhum ser humano cabe um destino que envolva maior oportunidade, responsabilidade e obrigação do que o de se tornar médico. Para cuidar dos que sofrem ele precisa de perícia, conhecimento científico e compreensão humana. Aquele que usar isto com coragem, humildade e sabedoria estará a prestar um serviço inigualável ao seu próximo e construirá um sólido carácter para si próprio. O médico não deve exigir do seu destino mais do que isto, nem deve contentar-se com menos.
Do médico espera-se também, simpatia e compreensão, pois o doente não é uma mera colecção de sinais, sintomas, disfunções, distúrbios orgânicos e alterações emocionais. Ele é um ser humano que tem medo e esperanças, buscando alívio, auxílio e conforto. Para o médico, assim como para o antropólogo, nenhum homem é estranho ou repulsivo. O misantropo pode tornar-se um habilidoso diagnosticador de doenças orgânicas, mas dificilmente terá êxito como médico. O verdadeiro médico tem uma amplitude shakespiriana de interesses que abarca tanto o sábio como o tolo, o arrogante e o humilde, o herói estóico e o vagabundo lamuriento. Ele cuida de pessoas.»

(Harrison,Resnik,Wintrobe,Thorn,Beeson)

Mensagens populares