vi ontem
uns 30-40 min. do Prós e Contras. Não me espantou a exaltação das/os representantes das associações pró-vida e dos organismos de apoio à maternidade; vejamos: dizem eles que "salvam" milhares de crianças, milhares! Subentendendo-se que por o aborto ser penalizado, muitas mulheres deixaram de o fazer...com certeza! Eles fazem de conta que é verdade e eu faço de conta que acredito. Até porque não há números, portanto cada um pode dizer as palermices que entender, mas, senhores, cara de pau tem limites! É esta uma das grandes vantagens do aborto ser clandestino- As ditas associações de "protecção à maternidade" podem continuar a praticar caridadezinha cristã, a fazer bandeira da sua acção social junto dessa espécie desprotegida que são as pobrezinhas, a vangloriar-se de salvar a vida de milhares de crianças e a esgatanhar-se para que o aborto não passe a ter números oficiais; é que aí fica logo preto no branco a trampa que têm feito e sempre há um prestígio a defender.
Ouvi também o médico do lado do não, Dr joão Paulo Malta dizer que se deve investir a sério
no planeamento familiar, na protecção às mães solteiras, na defesa das crianças, etc,etc. Estamos TODOS de acordo. Estragou a pintura quando disse que despenalizar o aborto era dar às mulheres uma alternativa que obviamente (na convicção dele), elas vão aproveitar. Vão? Porquê? Então o que é que impede o Sr Doutor de fazer um trabalho sério nessas áreas de modo a que essas mulheres, mesmo tendo a possibilidade de abortar, o não façam?? Isso sim, era um grande feito! Isso sim Sr.Doutor! Quando o conseguir pode mandar imprimir os números, emoldurar e mandar colocar no gabinete do Ministro da Saúde. De certeza que lhe erguem uma estátua. Mas com números credíveis, não com estatísticas feitas à maneira do Dr. Gentil Martins que afirma que a maioria dos abortos são espontâneos, claro que são! Os abortos recebidos nas maternidades são todos "espontâneos", pelo menos enquanto forem crime..... Até lá, Sr. Doutor, não julgue a moral dos outros, limite-se a julgar a sua.
Comentários
É o nosso faz-de-conta atávico, faz-de-conta que se anda a 120 nas auto-estradas, faz-de-conta que não se foge aos impostos, faz-de-conta que não se toma a pílula e casa-se de branco e flor de laranjeira.
Há muito boa gente convicta do lado do não mas isto também se parece demasiado com o problema da droga em que os principais interessados em que não haja controlo estatal são os próprios traficantes. Tirava-lhes o negócio e baixava imenso o preço.
Eu não sei mas desconfio que não será preciso ir a Espanha para fazer um aborto em boas condições.
Por outro lado, disse que não se sabe quantas IVG's são feitas clandestinamente. Não há números.
Então se não se sabe quantas são feitas clandestinamente, como é que se pode determinar que o número de IVG's vão aumentar ?????
Daaaaaaaaaaaa !!!
Tem pai que é cego.
e aqui reside o grande problema, como explicar a um país extremamente religioso, que a IVG não é um pecado, mas sim a solução para um problema de saúde pública?
Há muito trabalho pela frente... mas vamos ser positivos e acreditar que o sim vai ganhar...
Tenciono, na altura própria, produzir um texto de reflexão em que explicitarei qual o motivo da minha decisão cívica.
Convido, numa maneira original, a dona do blog a publicá-lo, o que seria um momento diferente de blogsfera.
claro que não é preciso, já ha muitos anos, mas em espanha as pessoas sentem-se mais àvontade, não há criticas, não ha segredos, não ha vergonhas se as coisas correrem pior...é isto! faz toda a diferença.
não mudou nem vai mudar nada.
P, eu tenho o maior respeito por quem acha que não deve ser legalizado por entender que é mesmo um crime, as pessoas que seriam incapazes em qualquer circunstância. embora não aceite que decidam pelos outros, mas vá, compreendo.
agora esta gentinha que acha que quem aborta são as libertinas que vão no dia seguinte fazer abortos e portanto devem ser reprimidas, ou as que acham que as mulheres que entendem que não podem ter "aquele filho naquela altura" e fazem um aborto, são umas criminosas, dão-me nojo.
e mais, mas não me apetece ir por aí fora agora. lol
claro que vão aumentar, vão aumentar de zero para algumas centenas. santa ingenuidade..
agora a serio, prefiro que aumente do que os matem depois do parto. não tenho qualquer minima duvida sobre isso.
porque nesses casos, as madames do "apoio" tão na casa de chá....
beijinhos
olá!!
esperemos que sim, que algum dia as mulheres das aldeias com prior se possam libertar desse pecado que é ter feito, ou precisar de fazer um aborto. a minha família é da provincia, conheço histórias de varias mulheres da geração da minha mãe que o fizeram. elas não escondem. mas ainda hoje vão ao terço todos os dias e tenho a certeza que uma das coisas que pedem a Deus é que as livre desse pecado. e dessa culpa que as acompanhará até à morte.
beijos
ps-tens mais possibilidades de esclarecer que eu. força!
eu sei. só espero que seja por convicção própria, por principio e não para penalizar quem o faz, por necessidade de julgar os outros. seria uma pena.
e não tenho problemas em publicar outras opiniões, aliás ja fez parte deste blog uma pessoa que em rigorosamente nada tinha opiniões iguais às minhas. era até bastante mais agressivo a manifestá-lo.
mas a confusão foi tão grande, que acabou por sair. não por conflito comigo, ainda hoje o considero amigo e sei que o contrario tambem se verifica. haja respeito...
beijocas
pergunta seguinte: fuma? (fumava já) Claro que não!
droga-se? (não me drogava nem nunca me droguei, obviamente experimentei um charro) resposta: claro que não! (com ar já zangado).
A minha mãe saiu feliz por ter uma filha perfeita.
(e uma vez num inquérito, já adulta, com ar maliciosa, perguntei a um médico quando era para responder à pergunta do aborto na minha ficha: mas ISSO é ilegal, como quer que responda a uma coisa dessas?)
Neste país ninguém comete crimes se lhes perguntarem...
boa noite!
uma figura triste não é? havia necessidade disso?
tss
beijinhos, bom feriado.
O mesmo Malta achava que aborto não porque traumatiza psicológicamente a mulher. A mulher fazer o quer traumatiza e então ser obrigada a fazer o que não quer não traumatiza?
Enfim...
o debate foi completamente tosco..
o que mais me irrita é a prepotencia de achar que podem proibir alguma coisa, de achar que são donos dos sentimentos e da vida dos outros. Deuses, verdadeiros deuses! guardiões da vida, coitados..."engravidaste? azar! vais fazer o que eu quiser..." faz-lhes falta ter ouvido as histórias das mães, das avós, das bisavós...sim, não é das "doidivanas" que andam por aí a abortar...
que raiva...lol...desculpa o desabafo, este tema tira-me do sério! b.t.w., bem vindo.
Sofia Matos
creio que nestas palavras descreves fielmente o que se passou:
"o debate foi completamente tosco..
o que mais me irrita é a prepotencia de achar que podem proibir alguma coisa, de achar que são donos dos sentimentos e da vida dos outros."
beijocas.
Adoro-te mulher do caraças. É assim mesmo, estes hipócritas precisam é que lhas digam nas trombas e bem ditas como agora fizeste.
Excelente.
Abraço.
tenho todo o prazer. bem vinda :))
é exactamente isso :)
beijinhos
podes crer! se eu ali estivesse saía-me alguma tipo: -acha que se eu quiser fazer um aborto alguém me vai impedir?? nem pense! nunca na vida! faça as leis que lhe apetecer...lool
beijocas
obrigada! sabes que quando as coisas nos dizem algo, as palavras saem sem se dar por isso...
beijinhos