Se querem que vos diga, não percebi nada desta crónica da Joana Amaral Dias. Que baralhação de conceitos, que confusão. Será que isto ajuda alguém? Eu até percebo o que quer dizer o Prof.Marcelo. Que a penalização, ou condenação, não é solução em fase alguma da gravidez.... pois não, não é! Se uma mulher faz uma IVG aos 5 ou 6 meses de gravidez, é um acto que repugna a todos, mas condenar é solução para essa mulher? Previne os próximos? não. Ensina alguma coisa a alguém? não. Logo, é necessário outro tipo de intervenção mais eficaz e mais edificante, nisso estamos de acordo. Compulsiva, se necessário. Neste aspecto, é uma posição muito mais sensata que a de Gentil Martins (condene-se! que tristeza..).
Depois, vem o aspecto em que discordamos: Se a IVG deve estar disponível em instituição da saúde na primeira fase da gravidez, por vontade da mulher, ou não. Na minha opinião sim, na dele não. Vejamos:
Diz ainda o artigo, Ou seja, para MRS a mulher nunca deve ser criminalizada e nunca deve poder escolher. Logo, considera que toda a mulher que não deseja levar uma gravidez por diante é inimputável. E é a isto que chama liberalização? Assim, todas as mulheres que queiram abortar não são lúcidas, responsáveis ou capazes de decidir sozinhas. Deverão ser "acompanhadas" por uma qualquer junta médico-jurídica. Ou para MRS uma gravidez desejada é, em si mesma, um atestado de sanidade mental e chancela da autodeterminação
Ora, nem quem quer abortar, nem quer quer ter um filho, tomou a decisão obrigatoriamente de forma lúcida....parece-me pouco contestável, pelos exemplos diários, "simples estados de alma", existem de um lado e de outro. Que a mulher que decide abortar deve ser "acompanhada", também me parece óbvio. Não porque não seja capaz de decidir, mas porque pode a causa ter alguma forma de solução que seja preciso explorar. Ou pelo menos, devem ser feitas tentativas nesse sentido, se intimamente a gravidez até for ser desejada. Os pontos de divergência não estão aí, espero. A divergência está em permitir à mulher, depois de equacionadas as dificuldades, fazer a IVG se essa continuar a ser a sua vontade, dentro de limites aceitáveis, e em condições de sanidade, só isso. E por uma razão simples, em último caso é sempre ela a decidir: se estiver determinada a fazê-lo, faz!, não tenham ilusões.. É nesta fase que se verifica a desigualdade de direitos, e é essa desigualdade que se pretende combater.
Para ler, o texto de Pedro Lomba no Diário de Notícias
Comentários
Nem tudo se propaga nos genes.
Realmente, os genes neste caso devem ter se perdido algures no processo... isso, ou não é filha, do professor Carlos Amaral Dias.
hasta C.
será um acto falhado? lol
bonitinho esta coisa dos marcadore, não é? pelo menos ficam determinados assuntos directamente acessiveis e todos juntos:)
que ganda baralhação que a rapariga fez....
lol, beijocas
É interessante ver o 'sketch' do gato fedorento do 'Assim Não' de MRS onde são reforçadas as contradições do discurso do Professor
Acabar com um projecto tão físico e íntimo como é a gravidez sempre causa dor na alma e grande sofrimento, que se deixem de histórias! Agora que todas merecem não colocar a vida em risco em hora tão má, tenham ou não possibilidades financeiras parece-me evidente e não criminoso.O que falta é um Estado que ampare,realmente e tal parece longínquo ainda!
realmente, a rapariga está um pouco confusa....
o video é absolutamente brilhante!
beijinhos
pois claro que falta. mas se as mulheres têm medo de se expor por ser crime, como é que podem ser ajudadas? não é hipócrita, isto?
beijinho
claro que é incoerente, mas eu entendo quando ele diz que punir não é solução em fase nenhuma. só que a atitude que retira daí, mão é lógica nem a esperada. enfim...os gatos fizeram o resto :))
beijinhos