A propósito de desaparecimentos, lembrei-me que há tempos li por aí que um escritor brasileiro, não me lembro quem, tinha proibido qualquer publicação póstuma. Achei engraçado e devo dizer que compreendo bem a atitude. Ou não gosta dos herdeiros, ou entende que o que tinha que ser publicado já foi e ponto final.
Não tenho nada contra nem a favor de publicações deste género, até porque todos temos a nossa quota-parte de voyeurs e não posso dizer que não leria, mas sempre me pareceu uma enorme devassa da intimidade, e porque não aproveitamento abusivo ou ganância de quem vai lucrar com o assunto, revirar os baús do defunto e trazer à tona tudo aquilo que por algum motivo ele entendeu que não era publicável; seja por falta de qualidade, seja por algum outro motivo íntimo e seguramente respeitável.. E vêm depois elementos estranhos, em nome do interesse dos admiradores, publicar livros inteiros de textos sem o mínimo respeito pelo que foi a vontade, ou o pudor, do autor.Fico a imaginar: alguém escreve umas coisas que achou sofrível, resolve em vez de deitar no caixote do lixo guardar na última gaveta do armário, ou no canto mais empoeirado do sótão, bate as botas e às tantas agarram naquilo tudo, sacodem a poeira e publicam com grande destaque. Com sorte e bom marketing, com lucros razoáveis. Quem sabe até, maiores do que o coitado conseguiu em vida. Vocês não davam voltas no túmulo?
Não tenho nada contra nem a favor de publicações deste género, até porque todos temos a nossa quota-parte de voyeurs e não posso dizer que não leria, mas sempre me pareceu uma enorme devassa da intimidade, e porque não aproveitamento abusivo ou ganância de quem vai lucrar com o assunto, revirar os baús do defunto e trazer à tona tudo aquilo que por algum motivo ele entendeu que não era publicável; seja por falta de qualidade, seja por algum outro motivo íntimo e seguramente respeitável.. E vêm depois elementos estranhos, em nome do interesse dos admiradores, publicar livros inteiros de textos sem o mínimo respeito pelo que foi a vontade, ou o pudor, do autor.Fico a imaginar: alguém escreve umas coisas que achou sofrível, resolve em vez de deitar no caixote do lixo guardar na última gaveta do armário, ou no canto mais empoeirado do sótão, bate as botas e às tantas agarram naquilo tudo, sacodem a poeira e publicam com grande destaque. Com sorte e bom marketing, com lucros razoáveis. Quem sabe até, maiores do que o coitado conseguiu em vida. Vocês não davam voltas no túmulo?
Comentários
e foi com uma sensação desagradável que cedi ao voyeurimo e o li.
por acaso, é isso mesmo...sensação esquisita..não sou só eu então!:p
jinhos
cali?? :P
Também é verdade que esta nossa quota-parte de voyeurs muitas vezes nos tolda a capacidade de discernimento entre entre aquilo que deviamos saber ou não, mas ao darmo-nos conta que o autor não queria essa publicação....acho que dá para sentir o amargo de boca porque, queiramos ou não, estamos a violar a vontade e privacidade de alguém...que lutou a todo o custo para que se mantivesse nos segredos dos deuses!