Zita Seabra que assevera no seu livro ter-se pautado na sua conduta de dirigente comunista por "uma fé cega" nas ordens que recebia da direcção do PCP (incluindo-se assim na elite restrita de dirigentes "cegos pela fé" ) adquiriu uma nova religião e um novo dogma, o católico.
No Puxa Palavra
Pois é Raimundo. Quando aqui há uns tempos disse a propósito deste assunto e do livro de Zita Seabra que estas tentativas de catarse se fazem com muito sofrimento, ele está à vista. Há pessoas cuja estrutura e solidez mental aguentam o embate da descontrução de tudo em que acreditavam, de uma filosofia de vida, e há outros que não, cujo vazio só encontra satisfação em outros dogmas e em outras formas de domínio e de manupulação mental. Pena, a liberdade durou pouco. É possível, mas ainda tem o seu preço.
Comentários
tenho vontade de ler o livro dela.
Outras (talvez mais numerosas estatisticamente) continuam a dizer-se crentes (tipicamente, do marxismo ou do cristianismo) mas não praticantes. É uma versão mais «soft»... e com muito boa aceitação pública.
Em suma é um livro feito à medida de quem procura protagonismo.
Nã a mim esta senhora nunca me convenceu!
Desejo a todos e a todas um fim de semana agradável.
Fernando
Aliás, nunca esteve.
O seu percurso na vida é disso uma demonstração.
Eu, josef mario, devo dizer que esta senhora zita seabra ao dizer na entrevista que "Se eu tenho ganho, teria sido uma tragédia. Felizmente que fomos derrotados no dia 25 de Novembro de 1975", já nos mostra a sua personalidade e, portanto, não merece nenhuma credibilidade.
Muito obrigado.
josef mario
Bom fim de semana, Cristina.
Um beijo.
Também tenho boa música :P
Hoje a música é para ti :)
engano-me ?
eu hei-de ler algumas partes, todo não..
beijos
não, isto não é doença, é um mecanismo compensatório como outro qualquer.
beijo
exactamente. evita-se assim roturas radicais e perturbações maiores. :))
beijinho
talvez, talvez tenha um ego grande. é como o mourinho. só que o outro pode com ele, ela não. a robustez psicológoca de ou e outro também é substancialmente diferente, aí é que está a diferença.
beijos
não, eu não admiti,porque não me parece que ela não esteja no seu perfeito juizo. pelo contrario, em cada momento, sabe exactamente o que quer.
bj
a mim merece a credibilidade que merecem tantos outros. talvez até encontre nos novos politiqueiros pessoas menos crediveis. temos é que ver as coisas com olhos de ver. acho eu.
bom fim de semana:)
Não suportou o espaço deixado vago por Cunhal. Sempre foi crente. Apenas mudou o altar.
um grande beijinho para ti e obrigada pela musica linda que me ofereceste la no teu cantinho :))
beijocas
talvez, quando a barca começa a areia começa a cheirar a loto, ha que fugir..se se encontrar abrigo, melhor.
beijos
sempre foi um dos maiores testes à integridade mental: o preenchimento dos espaços vazios.
beijos
Acredita nas mesmas coisas e ideias, de quando tinha 20 anos, Cristina ?
O Homem precisa ter pontos de referência para se agarrar, tipo bússola de orientação, na vida.
o problema é quando já não se acredita nada ... Pontos de referência ? ... népia !
às vezes estou bem perto disso ...
a conversa levava-nos longe ... amiga !
tenho sempre pensado que zita sofreu, sofre e sofrerá ...
zita igual a si, a mim, a qualquer um de nós, teve uma desilusão (ideológica) na vida, GRANDE, de qual resultou, o ter que deitar fora, parte importante do percurso da sua vida. Certo ou errado ? Só ela o saberá ...
Virou-se para a religião católica.
Podia ter-lhe dado para dar uns snif's de coca ...:-))))
beijocas kiduxa (e para a bea, tb)
chama-lhe o que entenderes, mas parece-me simplificar demasiado.
não, claro que não acredito nas mesmas coisas, só os burros não mudam! mas o facto é que nunca tolerei donos, ou guias espirituais. Não tenho partido nem religião e sofro conscientemente o embate dessa desajuda, é uma das minhas mais estimadas regras. por isso é que estes comportamentos me fazem confusão. aceita-se o "pão e a educação" do pai e quanto menos tempo melhor :))
de resto, concordo com a sua opinião sobre a senhora, mesmo nao a conhecendo. no entanto, conheço outros ex-comunistas que verdadeiramente se libertaram da submisssão para um pensamento livre. mais saudável, é isso que quero dizer.
beijos amiguita, bom fds
Mas apesar de tudo foi um embate que me fez crescer e amadurecer.
Quanto à Zita Seabra, penso que tem com certeza sofrido, mas fico com a ideia que não cresceu nem amadureceu.
O dogma do catolicismo é tão apertado como o do PC, e penso mais infantilizado.
nem mais, se não servir para pensarmos sozinhos, para que serve esse sofrimento?? muda-se de dono, é como as mulheres que fogem de um marido possessivo e manipulador e depois arranjam outro igual...que as há!
um beijo, obrigada pela visita:))
Ou ambas as coisas. A as faces da mesma moeda, e a inacpacidade de ser livre.
Agora à 1 da manhã não tenho coragem para entrar na discussão. Mas essa da liberdade diminuida num partido ou numa religião tem muito que se lhe diga. A liberdade reside fundamentalmente na capacidade de escolha entre os inevitáveis constrangimentos que a vida (só por estarmos vivos) a todos impõe. Nunca me senti nem mais nem menos livre enquanto estive no PCP. Quando senti a minha liberdade mais constrangida do que o que eu achava razoável, saí.Creio que se passa o mesmo, ainda que de forma talvez mais forte, com as religiões. O sentimento de frustração, de vida perdida, e tal que alguns sentirão resulta fundamentalmente da descontextualização da avaliação que no presente se faça do passado. "Se eu soubesse o que sei hoje..." é uma simplificação, o tipo de raciocínio que não tem em conta o contexto. Mas isto daria uma muito interessante conversa que os homens (e as mulheres;) travam aliás há alguns milénios: em grupo ou cada um por si?
Quanto ao livro da Zita. Para o escrever terá tido mais que uma motivação. Ajuste de contas com o seu passado? Consigo? Com outros? Mas julgo que é fundamentalmente um livro destinado a servir projectos de futuro o que obriga a uma prodigiosa imaginação criadora:))
O modelo não se alterou :
um "Pai" omnipresente
Protetor / castigador
a menina preferida
o mundo a seus pés
e ... o palco,
sempre !
Freud explica ...
é um bocadinho sim:))
beijinho
obrigada eu, sempre que resolve partilhar experiencias :))
exactamente devido a esse contexto é que me custa julgar. só tenho pena que, mais nada.
ela e os outros fizeram o que achavam certo va alttura. e até lhe digo que, na altura se justificava e penso que foi de uma imensa coragem abdicar de tudo, ou quase,de todas as vivencias dos outros jovens, por ideais que tinham como objectivo o bem colectivo. sei também que nada se faz sem organização e disciplina. mas, é interessantissima a sua pergunta- em grupo ou cada um por si?- porque eu acho que a resposta é dade não em termos absolutos mas como uma consequencia das necessidades. há momentos de luta, há momentos de reflexão, e há momentos de adaptação e de viragem, e até de abandono.
há momentos de construção colectiva e há momentos de construção individual. um partido que não entende isso, é um partido alienante e castrador. eu si que tem que haver uma orientação comum, mas quando o comum não reflecte o sentir de quem é orientado, para mim, passa a ser não um meio de debate e crescimento mas uma canga. e isso não. é por isso que nunca me tentei :)
um beijo, Raimundo, boa semana para si.
nem mais, não é fácil a vida de um órfão. nada mesmo :)
um beijo, linda.