"tudo começa com um grito e nunca deve acabar num grande silêncio"
É o lema do da campanha do Conselho da Europa, que pretende dar voz às mulheres que não têm voz.
Segundo um estudo há tempos apresentado em Lisboa pela presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género divulgado durante um seminário do Conselho da Europa que abordou a recolha de dados como um requisito para políticas eficazes de combate à violência contra as mulheres, 39 mulheres portuguesas foram mortas em 2006 pelos maridos ou companheiros e outras 43 ficaram gravemente feridas.
No âmbito do homicídio conjugal, que representa 16,4 por cento do homicídio geral, o documento revela que em 2006 foram condenadas a cumprir pena de prisão 212 pessoas com idades entre os 21 e os 51 anos, de nacionalidade portuguesa. Segundo o JN, apenas 53% dos agressores são condenados. Uma realidade de contornos aterradores, mesmo quando não chega à morte, já que as mulheres vítimas de violência conjugal têm, na sua maioria, propensão para aguentarem situações de violência "durante muitos anos", acrescenta a socióloga Elza Pais, e, regra geral, não há um vizinho, um irmão, ou alguém que queira denunciar o que se passa, ainda que este seja um crime público (não tem que ser só a vítima a denunciá-lo) desde o ano de 2000.
A Violência Conjugal é um problema de saúde socialmente inaceitável, ilegal e que afecta todos os membros do núcleo familiar sendo um crime cada vez menos tolerável. Temos normalmente tendência a olhar para o que de resulta dessa violência em termos físicos, o que já não é pouco mas, neste momento, quando se chegou ao dia do alerta contra a violência conjugal, o O dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres, gostaria de lembrar as outras formas de violência conjugal. As mais silenciosas. Aquelas que vamos tolerando quase como "normal", que não deixa marcas físicas, mas que é tão ou mais repressora e traumatizante como a outra: a violência psicológica.
Segundo um estudo há tempos apresentado em Lisboa pela presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género divulgado durante um seminário do Conselho da Europa que abordou a recolha de dados como um requisito para políticas eficazes de combate à violência contra as mulheres, 39 mulheres portuguesas foram mortas em 2006 pelos maridos ou companheiros e outras 43 ficaram gravemente feridas.
No âmbito do homicídio conjugal, que representa 16,4 por cento do homicídio geral, o documento revela que em 2006 foram condenadas a cumprir pena de prisão 212 pessoas com idades entre os 21 e os 51 anos, de nacionalidade portuguesa. Segundo o JN, apenas 53% dos agressores são condenados. Uma realidade de contornos aterradores, mesmo quando não chega à morte, já que as mulheres vítimas de violência conjugal têm, na sua maioria, propensão para aguentarem situações de violência "durante muitos anos", acrescenta a socióloga Elza Pais, e, regra geral, não há um vizinho, um irmão, ou alguém que queira denunciar o que se passa, ainda que este seja um crime público (não tem que ser só a vítima a denunciá-lo) desde o ano de 2000.
A Violência Conjugal é um problema de saúde socialmente inaceitável, ilegal e que afecta todos os membros do núcleo familiar sendo um crime cada vez menos tolerável. Temos normalmente tendência a olhar para o que de resulta dessa violência em termos físicos, o que já não é pouco mas, neste momento, quando se chegou ao dia do alerta contra a violência conjugal, o O dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres, gostaria de lembrar as outras formas de violência conjugal. As mais silenciosas. Aquelas que vamos tolerando quase como "normal", que não deixa marcas físicas, mas que é tão ou mais repressora e traumatizante como a outra: a violência psicológica.
E deste lado, temos uma variedade e uma criatividade tão grande quanto o permitem a imaginação e a crueldade humanas. São, por exemplo, as mulheres a quem não é permitido fazer compras sem consentimento do marido (excepto aquilo de que precisa diariamente para cozinhar as refeições), ou que vivem com a carteira permanentemente controlada mesmo tendo o seu próprio ordenado, sob a desculpa de que eles é que sabem administrar o dinheiro; são as mulheres que vêem reduzido o seu contacto com os amigos e que para evitar maus humores se vão limitando ao grupo de amigos do marido, quando não são mesmo proibidas de sair sem eles, independentemente de com quem. São as mulheres a quem eles escolhem a roupa, sim, é quase chocante pensar nisso numa sociedade civilizada mas, pensemos rapidamente, no nosso circulo de amizades, quantas amigas não vestem determinada roupa porque "ele não gosta". São as mulheres obrigadas a uma disponibilidade sexual de 100% (e isto é do domínio também da violência sexual). São as mulheres que vêem sistematicamente espezinhada a sua autoridade sobre os filhos. São as violações de privacidade, de correspondência, e-mails, da agenda do telemóvel, etc. São as tentativas persistentes de desvalorização, com palavras depreciativas ou humilhantes, ou mesmo insultos directos, capazes de abalar seriamente a auto-estima do cônjuge, muitas vezes através de acusações despropositadas, normalmente justificadas com excesso de zelo. Ou mesmo de amor...e claro que, com mais ou menos melodrama, tudo é feito para o bem dela, dos filhos e da família em geral.
Tantas "subtilezas" fazem com que, muitas vezes, nem a própria vítima tenha noção de que está a ser alvo deste tipo de abusos, enredados em tentativas de manipulação; o cônjuge agredido, demora normalmente muito tempo até se aperceber, se é que alguma vez se apercebe, que faz parte das estatísticas das vitimas de violência doméstica.
Sendo assim, a primeira coisa é ter essa noção, de que esse comportamento está longe do amor, da protecção, ou mesmo do mais rudimentar e desapaixonado interesse. Este é o passo mais difícil e mais importante. Depois, é ter consciência de que vale seguramente muito mais, de que merece mais e de que, ao contrário do que parece, está nas suas mãos. A partir daí, é escolher o caminho, de preferência sem olhar para trás.
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mais informação sobre a situação da violência em Portugal no link publicado pela DUCA
Comentários
Sendo mulher não posso deixar de conhecer essa frase que é o lema do Conselho da Europa contra a violência contra as mulheres.
Portugal está em primeiro lugar no ranking da Europa com cerca de 50 mulheres assassinadas por ano à s mãos de maridos, companheiros e familiares do sexo masculino de acordo com o estudo do qual deixo o link http://www.coe.int/t/dc/press/News/20070813_lisbonne_en.asp
Um número que só nos envergonha.
Beijo
desculpa, mas apaguei o post para colocar este sem reparar que já tinhas comentado portanto aí fica o comento..
é verdade, é uma vergonha, mas sabes? a vergonha é geral, é Espanha, por exemplo, o número de mortes é dramático.
"Pesquisas feitas na Austrália, Canadá, Israel, África do Sul e Estados Unidos, adianta, demonstram que 40 a 70 por cento das mulheres assassinadas anualmente foram mortas pelos maridos ou namorados em contextos de violência conjugal.
Nos Estados Unidos, por exemplo, aproximadamente um em cada três homicídios de mulheres são de natureza conjugal, enquanto no Reino Unido cerca de 120 mulheres são mortas por ano pelo cônjuge ou companheiro.
Em Espanha, cerca de 100 mulheres são mortas pelos seus actuais ou ex-companheiros em cada ano estimando-se que, por semana, uma mulher espanhola morra nas mãos do seu companheiro. "
http://mulher.sapo.pt/articles/actualidade/solidariedade/754892.html
agora, para além da violencia fisica, temos a psicologica que, se calhar,é o principio de tudo. quando deixarmos de admiti-la, vemos o outro problema quase resolvido porque em principio quem é batido, já aguenta outras violencias ha muito tempo...
e, de facto, quando penso nisso, fico espantada com a quantidade de gente, diferenciada até, que se sujeita às situações referidas no post. não concordas?
beijinho
Macaco
Que não deu certo.
Beijos
Fred Schmidt
prazer vê-lo deste lado do Atlantico! :))
ás vezes, é isso mesmo, um macaco que não deu certo. ficou bem pior...:p
um beijo para ti.
No outro dia, estava no café e a moça que estava ao balcão e que não tinha mais de 25 anos, dizia para uma cliente - proprietária de uma loja de roupa - que não podia comprar uma certa blusa de que tinha gostado muito, porque o namorado não deixava que ela usasse decotes. Mas o que mais me impressionou, foi que ela pareceu muito satisfeita com o facto porque acrescentou com um sorriso: "Ele é muito ciumento e gosta muito de mim!"
Muitas vezes a violência doméstica começa por "pequenos" detalhes que as mulheres consideram normais.
Beijo
pois estamos, e com toda a garra :))
beijinhos
nem mais...e o drama é que não se apercebem MESMO disso.
eu tenho uma colega,uma pessoa diferenciada, que ha tempos me disse que não comprava um portatil porque o marido achava que primeiro tinha que comprar uma coisa que ele lá queria.e proibiu-a de comprar o portatil(?). faço notar que ela deve ganhar 3 vezes mais que ele...e aí está, é a forma de mostrar o seu poder. por acaso não falei nisso, mas quando a mulher tem um estatuto economico superior, a coisa piora muito...
agora, é verdadeiramente triste a facilidade com que uma grande parte se deixa dominar.
beijos
O lar, transformado de centro dos afectos no horror do seu oposto.
Onde é que se assina uma petição, mesmo que não leve a nada....?
Grande frase!!
É uma realidade cruel!
Angustia-me só de pensar nos casos de violência fisica e psicologica espalhados pelo mundo.
"O ano de 2007 congrega em si um conjunto de desafios decorrentes quer do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, quer da aprovação do III Plano Nacional Contra a Violência Doméstica e do III Plano para a Igualdade - Cidadania e Género (...)".
Este mês vi uma exposição de cartoons na Assembleia da República intitulada - "VIOLÊNCIA NÃO FAZ O MEU GÉNERO" - , organizada pelo World Press Cartoon e pela Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género.
A exposição é interessantíssima, cruel mas necessária e urgente.
Foi puiblicado um livro e uma série de 10 postais dedicados ao combate contra a violência de género.
Enquanto escrevo este comentário fiz questão em espalhar os postais pela secretária.
*agrada-me que a Cristina tenha mudado a música.
Eis senão quando leio este comentário de um anónimo:
as mulheres que não têm voz são as afónicas, não é?
Dom Nov 25, 10:57:00 PM
O espaço não é meu... talvez devesse ficar em silêncio, mas é mesmo porque de afónica nada tenho e já houve um período em que perdi a voz, que me apetece dizer que quem escreveu isto é uma besta!
O humor, às vezes, mesmo negro, não tem piada.
Sorry, Cristina.
Beijocas.
querido, se houvesse uma petição para cortar os tomates a certos gajos e os pôr a falar mais fininho era já! mas acho que não...
ao nosso lado!! na provincia, isto é, na minha terra, a 100 km daqui, existem mulheres que não podem sair de casa sem os maridos, ha mulheres que vão à mercearia enquanto o marido está na taberna que fica ao lado e é ele que paga a conta. não há mulher casada alguma que use mangas à cava ou saias curtas, é uma falta de respeito
qualquer miuda que comece a namorar fica proibida de conversar com outros rapazes sem ter alguem ao pé. mais ainda, uma rapariga que já namorou, tem que descer muito o grau de exigencia em relação ao segundo o segundo, porque os mais pretendidos(os que têm escolha) já não "lhe pegam"...
giro, não é?
beijos
mas também, querida, isso só mostra a oportunidade do assunto. e lá porque aquele é aparvalhado (de tempos a tempos aparece um e vamos ter que levar com ele enquanto estiver fascinado por este blog) não é razão para privares os outros dos teus sempre interessantes comentários, viu?
Piava fininho concerteza, mas duvido que melhorasse de feitio.
Ficaria decerto uma bisha azeda....
Estou totalmente de acordo com o que referiu, mas é competência de todos, homens e mulheres falar e debater este assunto porque, como diz Ayaan Hirsi Ali :"Algumas coisas devem ser ditas, guardar silêncio é ser cumplice da injustiça"
Beijos
bicha azeda é que não querido, não é nada o teu feitio...além de que eu gosto de gente doce :))
jocas
tem razão, claro que é um problema de todos, mas antes disso, é preciso que estas mulheres tenham a certeza que têm um problema, a não ser que sejam felizes assim, também se pode dar o caso..
beijinhos
arrisco dizer que devem existir muito poucos lares que sejam realmente sinonimo de amor. serão mais de amizade, cumplicidade e quando assim é, sem coações, ja é uma boa relação. mas, estou em crer que na maioria dos "lares" não acontece nem uma coisa nem outra..
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