O atacante egípcio Mohamed Abou Treika tem chamando a atenção na Taça Africana de Nações. Ao comemorar um golo contra o Sudão, na vitória do Egipto, o jogador exibiu uma t-shirt com a inscrição “Simpatia por Gaza”, mostrando solidariedade com os palestinianos. A Confederação Africana de Futebol não gostou da atitude e decidiu que vai punir Mohamed Abou Treika, sob a acusação de “expressar uma mensagem política no meio de uma competição oficial”. Mohamed Abou Treika, de 29 anos, já marcou 81 golos em 128 partidas pela selecção do Egipto. Além de ser famoso pelo seu lado político, Treika é chamado “o assassino sorridente” devido ao facto de comemorar os golos com um sorriso. [20 min]
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Por outro lado, Kaká, melhor jogador do mundo, além de durante os jogos exibir uma T-shit com a inscrição "I belong to Jesus" numa alusão à igreja de que faz parte (com o sub texto implícito de propaganda), já "ofereceu" troféus à Igreja Renascer em Cristo, naquilo que muitos já consideraram actos de fanatismo.
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Ambas as atitudes representam de algum modo apelos politico/religiosos. A questão é: trata-se de uma forma de liberdade de expressão ou de um condenável abuso em utilizar o futebol, desporto que envolve milhões de pessoas, e veicular uma mensagem que só diz respeito ao próprio, tornando-nos a todos alvos da sua crença?
Tendo em conta o direito que qualquer cidadão tem em defender o que entender defensável, pode usar a pratica desportiva, já por si geradora de conflitos e violência para o fazer? Fazem diferença entre uma mensagem politica e religiosa? qual é a vossa opinião...

Comentários

mjf disse…
Olá Amiga mais linda!
Venho-lhe desejar uma boa noite, e dizer-lhe que antes de ir fazer ó-ó...passe lá por casa, tenho um mimo para a minha "mentora"!!!

Beijos do tamanho do mundo
António P. disse…
Boa pergunta.
Para mim não fazem diferença. Se "proibem" os apelos políticos nas camisolas deviam fazer o mesmo ao religiosos.
Cumprimentos
Eric Blair disse…
é uma merda, mas é liberdade de expresão. Nada a fazer.

ps.(r) ando a dizer aqui muitos palavrões. Tu ralha-me, rapariga.
immortal disse…
concordo plenamente com o comentario anterior, desporto é desporto, nem acho que esteja em causa a liberdade de expressão...

a música do blogue é-me familiar, a cristina já a tinha tido aqui?
immortal disse…
ah, não era o anterior, é o anterior ao anterior
LM disse…
O erro foi começar...mas há alguma diferença entre escrever na camisola o nome do(a) filho(a)e mostrá-la a um estádio inteiro (e ao mundo), e mostrar (ou apelar a) credos religiosos ou politicos que são perigosíssimos, se pensarmos que o futebol é um excelente meio de, mais que veicular, potencializar, mensagens.
Beijos
Cristina disse…
mjf

olá loira mas charmosa! :))

ora, ja estou de saida pra beber um chazinho consigo ;)

até ja
Cristina disse…
mjf

olá loira mas charmosa! :))

ora, ja estou de saida pra beber um chazinho consigo ;)

até ja
Cristina disse…
eric

então e se fosse....."que se fodam os palestinianos"? ou "eu gosto de sexo anal" que é mais pessoal...

ein? que acharias?
Cristina disse…
antónio p

obrigada pela visita :))

estou tentada a concordar. é que não podemos fechar os olhos a mensagens que até achamos dignas e depois criticar outras que entendemos que são moralmente condenaveis.

e se algum aparece com "simpatia pela xenofobia"? com que cara ficamos? não é liberdade de expressão?

além disso, o futebol ja gera demasiada violencia..

cumps
Cristina disse…
immortal

ja aqui esteve varias vezes o Nick Drake sim :)

faço tua a resposta que dei anteriormente;)

beijinhos
Cristina disse…
lm

pois, tendo tudo isso em conta, acho que desporto é desporto e deve continuar assim.

aceito manifestações colectivas de protesto contra, por exemplo, o racismo e atitudes racistas nos estádios. como ja foi feito. mas mensagens individuais acho que não..

bj
Anónimo disse…
Prefiro antes usar retórica e responder com uma pergunta:
Se os cartoons de maomé foram proibidos e causaram tanta celeuma porque é que estes devem ser aceites?!

Não existe liberdade sem responsabilidade e no mundo conturbado que vivemos é demasiado perigoso usar a dita liberdade de expressão desta forma e dentro destes moldes.

Estas atitudes individuais não me incomodam porque sei que só sou responsável pelos meus actos. Mas não vivo num mundo só meu ou numa redoma. O mesmo não se pode dizer destes indivíduos que utilizam o futebol para transmitir mensagens individuais de cariz politico ou religioso. As repercussões podem ser tremendas. Pessoas há que precisam só de um lamiré para iniciar um conjunto de actos incontroláveis.
Anónimo disse…
E as mensagens comerciais, como as que o Jardel exibia quando marcava pelo Sporting? Só há uma solução: proibi-las todas, com imposição de multas pesadas ao jogador. Excepção para os golos dedicados aos filhos e à mulher. Recados à amante também se deviam proibir, a bem da moral.
Cristina disse…
dalloway

podem sim. imagine o kaka. melhor jogador do mundo. um ídolo. de repente coloca na t-shirt um "pretos para áfrica". e depois? vão dizer o quê? que não pode exprimir a sua opinião? é isso...
Cristina disse…
sapka

claro. ao amante muito menos, calculo...:DD
Anónimo disse…
Que grandes gatas me saíram estas duas!
:)
Anónimo disse…
Não concordo.
Um "Eu te amo fulana" ainda passa, mas emitir opinião política, ideológica ou religiosa enquanto faz-se parte de um UM TIME é errado. É ou não é uma equipe? Pode um integrante comprometer toda a equipe apenas para emitir sua opinião pessoal? Não acho correto.
Ele pode expressar sua opinião sózinho, numa entrevista ou algo parecido, mas lá, no campo,jogando e defendendo uma EQUIPE, às vêzes até uma seleção nacional, não deveria.
Anónimo disse…
PS: Em consideração aos colegas portugueses, jamais colocarei minha foto aqui. Poderia causar ataques incontroláveis de inveja ou gritos pavorosos de terror, dependendo do gosto de cada um ou uma. Vou poupar nosso embaixadores dum incidente internacional.

Brincadeiras à parte, é um prazer LER em Português legítimo. Aprecio a riqueza, a sonoridade e aquele "quê" da língua portuguesa autêntica.

Para o azar de vocês, acho que aparecerei por aqui mais vêzes.

Depois não digam que eu não avisei!!!
Alien8 disse…
"Não existe liberdade sem responsabilidade" (dalloway).

Exactamente.

A responsabilidade começa, ou devia começar, pela capacidade de distinguir o que se deve ou não publicitar utilizando a fama e (no caso) o futebol. Quem faz mau uso da liberdade de expressão está a comportar-se de forma irresponsável.

Por outro lado, quem sanciona o acto de transmitir uma mensagem política e não sanciona a transmissão de uma mensagem religiosa está a ser incoerente.

Por outro lado ainda, nem todas as mensagens, políticas, religiosas ou de qualquer outro cariz são iguais: é evidente que uma mensagem anti-racismo não pode ter o mesmo tratamento de uma mensagem pró-racismo. Já que falei nisto, que não se esqueça também o contexto - por exemplo, o caso, relativamente recente, do futebolista Samuel Eto'o. Qualquer mensagem que condenasse o comportamento dos racistas espanhóis que o apuparam seria, quanto a mim, louvável.

As mensagens comerciais de uma equipa são uma realidade do desporto, e representam patrocínios. Já as mensagens de um só jogador são apenas um abuso.

É uma questão complexa, em que haverá sempre que contar com a liberdade, a responsabilidade e o bom-senso, para, caso a caso, se distinguir quando o uso do futebol ou de outro desporto, e do protagonismo individual, é ou não legítimo.
Cristina disse…
brancaleone

eu concordo consigo. se queremos fomentar o espirito desportivo, deveriamos salvaguardar pelo menos o momento nobre, a pratica em si.

o que não quer dizer que os desportistas não adiram a causas, é claro.

beijos, volte sempre.

e não acredito que seja tão feio assim....:DD
Cristina disse…
alien

tens razão, de qualquer modo, penso que as mensagens individuais durante o decorrer de competições são perfeitamente evitaveis. até porque, quanto ao conteudo e quando ha gente de tanto país, o que é louvavel para uns pode não ser para outros.

xi:)
Francis disse…
epá desde que os gajos não escrevam lá que eu lhes devo dinheiro, tou como o eric, mas sem palavrões, é a liberdade de expressão no seu melhor ou pior.


ps : eu escreveria "gosto de sexo oral"
Cristina disse…
muita devassidão, se vê por aqui....:p
António P. disse…
Eu cá mantinha as mensagens às amantes ( ou aos amantes ) desde que em códiog.
Bom dia
Alien8 disse…
Cristina,

A tua solução é, sem dúvida, prática, e evita os problemas que poderiam surgir.

No entanto, quando exemplifiquei com a questão do anti-racismo, quis salientar como louváveis quaisquer objectivos internacionalmente reconhecidos como tal, por fazerem já parte da consciência social. Outros exemplos poderiam ser a exibição, por um, vários ou mesmo todos os futebolistas de uma equipa ou selecção de "slogans" como "Recordaremos sempre Féher" ou "Vamos acabar com a fome no Mundo". Nada disto ofende ninguém, e permitiria a utilização do futebol e dos seus artistas para chamar a atenção para causas que são de todos. Assim, e em alternativa à proposta de lei da ilustre Colega (hehe!), avanço com outra: existem organismos que regulam, superintendem e fiscalizam o futebol, a nível internacional. Talvez se o(s) futebolista(s) interessados fizesse(m) aprovar previamente as mensagens por um organismo internacional com competência para o fazer se filtrasse edicazmente o conteúdo das mesmas, permitindo o uso da liberdade de expressão para apoiar causas internacionalmente reconhecidas como nobres, válidas e necessárias e evitando a ofensa e o abuso. Menos prática a solução, reconheço, mas com um alcance interessante. Que me diz a Ilustre Deputada? :))))
Cristina disse…
alien

não achas complicado os futebolistas antes dos jogos mandarem para uma comissão uma frase que querem ver aprovada para usar no jogo tal?

ainda acho mais complicado imaginar o que é que cada um poderia querer ver aprovado, e que situações estranhas se criariam. alem disso, julgo não ser necessario usar o jogo propriamente dito, eles têm visibilidade suficiente para dizer de sua justiça em qualquer altura.

bj
Alien8 disse…
Cristina,

Como disse, a tua solução é mais prática. Também é verdade que podem usar o prestígio fora dos jogos, mas como era dos jogos que se estava a falar - e respectivas audiências televisivas - fiquei-me por aí.

Não acho assim tão complicado. Como sabes, há uma série de coisas que têm que ser enviadas à Federação e à Liga antes de cada jogo, e no caso dos jogos internacionais, à UEFA ou FIFA. Seria mais uma, apenas, e creio que os jogadores não iriam desatar de repente a querer mostrar mensagens em todos os jogos. A tua solução implicaria, quanto a mim, a proibição pura e simples de qualquer mensagem, mesmo à mulher ou ao filho, práticas que são já correntes. Mas tenho dúvidas, por isso quis ler a tua opinião. Continuo a ter dúvidas, em relação a qualquer das soluções de princípio: a proibição total ou a análise casuística. Vou pensar melhor no assunto, que é, como disse, interessante.

Beijinhos.

P.S.: Se não queres ser a Ilustre Deputada, então também me demito, ora bolas :)))

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