limpar o traseiro com uma bela obra representa algum dilema moral?


Uma empresa espanhola Empreendedores está a comercializar rolos de papel higiénico impressos com clássicos da literatura mundial, prometendo revolucionar as idas à casa-de-banho.

Os rolos de papel, vendidos apenas através da internet, incluem excertos da literatura clássica, teatro, poesia e até textos sagrados da Bíblia e do Budismo. Da Bíblia, por exemplo, foram escolhidos trechos do Apocalipse, do Cantar dos Cantares e dos Provérbios. Os textos sagrados budistas são O Sutra do Loto e o Livro Tibetano dos Mortos. A intenção dos sócios da empresa era também incluir trechos do Corão, mas tiveram medo da possível reacção dos islâmicos: «Tivemos medo, sim! Alguns até ameaçaram sair do projecto, se continuássemos», explicou o empresário. Os rolos custam 3,70 euros cada, e o leitor tem a opção de escolher os textos e a cor do papel higiénico (branco, laranja ou rosa). A maioria dos pedidos parece que tem sido de excertos de livros de Federico García Lorca (isso é bom ou mau?...)
"Usamos letras grandes com espaço entre as palavras para que seja uma leitura fácil e relaxante. Às vezes você não tem muito tempo no banheiro e tem a tentação de usar o papel e não ler. Mas se pensar que esse material vai ser desperdiçado para sempre...", comentou Camarero.

«Hemingway dizia que um clássico é aquele livro que todos respeitam, mas ninguém leu. O que estamos a fazer é levar os livros aos WC, aproximando a literatura do homem» diz Raúl Camarero. Não sei se aproxima da parte certa, mas vá... agora a questão é: e se a pessoa se entusiasma com a leitura e desenrola aquilo tudo, o que é que faz, volta a enrolar antes de usar? e um católico vai ter coragem de limpar o rabo a um belo texto biblico? isso não vai dar bom resultado.

Comentários

Entre os média e o papel "higiénico" prefiro uma livro mau.
Animal disse…
podiam imprimir o tratado de lisboa. assim talvez alguém conseguisse (sim, tou a pensar no professor vital) ler aquela merda antes daquela merda estar coberta de merda.
Anónimo disse…
Meu pai não era muito letrado mas mesmo lá no interiorzão do Brasil - Guarapuava por volta de 1965, 66 - dava um jeito de comprar livros. Tesouros da Juventude, Trópicos, avneturas, ficção e até Seleções para que lêsse-mos. Uns tempos depois ele olhava a estante e aí de nós se os livros ainda estivesse impecáveis, com as folhas ainda limpas e como era comum, coladas ( a Coleção Argonautas aí de Portugal era assim...). Ele queria os livros lidos, anotados, sublinhados, usados e quase empre espalhados pela casa, sempre ao alcance dos olhos e da imaginação. Ele estava certíssimo. Livros e literatura têm que estar à mão, mesmo num banheiro. Ofensa prum escritor não é limpar as nádegas ( tô sendo educado) com as obras dele. Ofensa mesmo, é que ninguem nunca leia nada dêle.

E por favor, desculpem o jeito "brasileiro" de escrever. Cá na ex-colônia transformamos o idioma portugues numa coisa sem graça...
Animal disse…
ô mermão, continua transformando cara, continua! pode ser que um dia o português passe a ser um idioma com graça! e num vai ser com a gente daqui, que vive sentada em 800 anos de história e num aceita frescura... tem que ser cês aí mermão!

:-)
Unknown disse…
Uma ideia de merda só podia vir mesmo dos espanhóis! Será um crime fazer isso com obras primas da literatura! Mas se o fizerem com os livros da Margarida 'Sei lá'... ou a bíblia...
Anónimo disse…
LOL. Será que esta criatividade toda se deve ao facto de se venderem poucos rolos em Espanha?! A 3,70 o rolo não me parece que se vendam mais...

Ana Cristina
Anónimo disse…
Tá visto que ir ao cu sai caro!
jpt disse…
resolve o problema das leituras de casa de banho

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