sequelas do 13 de Maio...
O terceiro e pior obstáculo do ateísmo é a ausência de finalidade. Para o ateu este universo, sem origem nem orientação, também não tem propósito. Bons e maus têm o mesmo destino vazio. Saber que vivemos num mundo que se dirige à morte e ao nada faz de nós os mais infelizes dos seres. Se Deus não existe não existem o bem, a moral, a própria razão. Esta crueldade ontológica é tão avassaladora que poucos que a afirmam a enfrentam com honestidade.
Poucos exemplos são tão bons como este, da ideia que tenho sobre a religião católica. Não especificamente a católica, mas principalmente a católica já que é a dominante. Quando as pessoas escolhem pertencer a uma religião, vão em busca de parâmetros de conduta que lhe traga consolo espiritual, definições do que é bem, do que é mal, e, na impossibilidade de escolher livremente e assumir a responsabilidade de decidir sozinho, diante de uma crise do que é certo ou errado, buscam uma âncora ou uma orientação. Uma necessidade absoluta e vital de ser controlado. Até aqui nada de grave, ou seja, se a religião apenas servisse para orientação própria. O pior não são as necessidades individuais, mas as necessidades da Igreja. A definição de bem e mal considera-se até necessária como freio para os impulsos criminosos de grande parte da humanidade ou para os desvios de conduta, especialmente no campo da sexualidade, como bem vimos recentemente, e que continua a ser tratada em termos morais e não na perspectiva da liberdade individual. Existe o inferno para quem pratica o mal e o céu para quem pratica o bem. Mas se já existem leis, e se já existem códigos de conduta estabelecidos pela sociedade, e se já existem tribunais para julgar os nossos actos, para quê adoptar céus e infernos como balizas de conduta? E aí, há sempre um Das Neves a relembrar que neste mundo cruel, o dos ateus, bons e maus têm o mesmo destino vazio. Saber que vivemos num mundo que se dirige à morte e ao nada faz de nós os mais infelizes dos seres. Se Deus não existe não existem o bem, a moral, a própria razão. Esta crueldade ontológica é tão avassaladora que poucos que a afirmam a enfrentam com honestidade......pois é... mas uma coisa é a necessidade que todos os seres humanos têm de dar um sentido à sua vida, outra é o que a Igreja faz com essa necessidade....até porque, se as pessoas passarem a não acreditar no culto do paraíso e do inferno, se passarem a orientar o seu comportamento só pelas leis que a sociedade impõe, qual será o poder da Igreja??
Comentários
O ateísmo é uma construção tardia e artificial de elites, sobretudo desde o Iluminismo. Mantido em ínfima minoria, agora está em clara decadência.
Sem dúvida, sem dúvida. É ver a quantidade de padres que se ordenam.
Mas ignorar a possibilidade de Deus é como desinteressar-se da existência do pai, benfeitor ou patrão, senhorio ou polícia.
Em compensação a Cristina está farta de nos relatar o interesse de tanto católico pelo real pai. Só falta pedirem para lhe dar uma "injecção atrás da orelha". Só não pedem porque ficavam sem a reforma do velhote. Mas lá vão casar-se na igreja e a baptizados e comunhões.
A fragilidade lógica do ateísmo é pouco relevante por ser um fenómeno elitista ocidental contemporâneo que, exportado à força pelo marxismo, está em extinção. A única questão interessante é saber porque coisas tão simples foram escondidas aos sábios e inteligentes e reveladas aos pequeninos.
Olha, afinal a URSS dominou o mundo e eu não dei conta.
Eu pergunto-me porque ainda perdemos tempo a ler esta criatura.
será só para usar como palhaço de serviço?? misterios..
Ou numa versão mais porca:
Alguém diz "Cheira a m***" e em vez de sustermos logo a respiração não resistimos e ..."Cheira cheira. É mesmo cheiro a m***"
Beijo na ponta do nariz
Qual é a lei que manda dar esmola a um pobre?
Qual é a lei que manda ajudar o nosso semelhante?
é verdade. nem digo mais nada, que me deu uma vontade louca de ouvir esta musica...
beijos, os que quiser :)
o ponto fraco dessa pergunta, é que nos faltam os resultados. ser católico é ser amigo do proximo? ou melhor, a igreja catolica faz alguem moralmente melhor? com melhor caracter? mais solidario? não. a igreja oferece-te o céu se fores bom, castiga-te se fores mau, e melhor ainda, absolve-te em seguida. ESSE é o maior poder: absolve-te. assim te tem na mão. sujeita-te e Deus te perdoará. faças as atrocidades que fizeres. e todos sabemos que crimes isso permitiu ao longo do tempo.
tenho medo dessa gente..
O que é que a razão e a moral têm a ver com a religião, se o criador dos Deuses foi o Homem e só são mantidos como tal, porque é negócio.
O que me intriga é o Neves carregar tal piano desafinado á segunda feira!
Talvez.
O que sei, é que se confunde ser católico com ser cristão.
muito boas, mo' gostou muito, da mesma maneira que o blog, obrigado muito
deixaste de acreditar, não! deixaste foi de estar inetressado na recompensa.
é assim como... se ajudares uma velhinha levas a Elsa Raposo de prémio...:)))
pois, convem que interiorizes bem a coisa: o bem que vale, o que te torna um ser moral e racional é o dos mandamentos. não vas distrair-te...
é um emprego do caneco! dasse, tanta gente por aí a escrever bem e sobre coisas interessantes e a precisar de ganhar dinheiro..
ser catolico ou cristão de outra religião, no caso não me faz muita diferença. o principio é semelhante: leis de conduta e controlo sobre as pessoas alem das leis civis necessarias à vida em sociedade.
é como diz o Pendulo, a morbidez atrai.
ó-ó! 2 padre nossos e 4 avé-marias e tá feito. é assim que eles se safam...
Muitos dos nossos, eu inclusive, respeitamos nossos semelhantes por respeito puro e simples e não porque buscamos agradar aos deuses ou escaparmos do inferno.
Ser ateu não é não acreditar em deuses, é simplesmente ser indiferente a existência ou não dêles. Não saimos por aí pregando a não existência de deus. Para nós (pelo menos para mim) não faz a menor diferença se existem ou não deuses, fadas, gnomos ou sereias. Não tem a menor importância ou influência nas nossas vidas se tais seres mitológicos existem.
Este Artigo do das Neves é mesmo abominável.