Quarta feira de cinzas I
E quando a Quarta-Feira enfim chegou
e em cinzas transformou toda a folia,
rasgou, despudorada, a fantasia
que tantos mascarados deslumbrou;
e quando a Quarta-Feira enfim chegou,
fingiu não ver o mais cinzento dia;
e, em meio à rua clara e tão vazia,
cantou marchinhas e canções de amor.
No corpo nu calou toda a tristeza:
deitou-se, doida de melancolia,
na cama de confetes da calçada.
Tigresa, fez da quarta-feira presa:
lançou-se, incontrolável, sobre o dia –
bebeu, sedenta e só, a madrugada.
Henrique Marques Samyn
e em cinzas transformou toda a folia,
rasgou, despudorada, a fantasia
que tantos mascarados deslumbrou;
e quando a Quarta-Feira enfim chegou,
fingiu não ver o mais cinzento dia;
e, em meio à rua clara e tão vazia,
cantou marchinhas e canções de amor.
No corpo nu calou toda a tristeza:
deitou-se, doida de melancolia,
na cama de confetes da calçada.
Tigresa, fez da quarta-feira presa:
lançou-se, incontrolável, sobre o dia –
bebeu, sedenta e só, a madrugada.
Henrique Marques Samyn
Comentários
Por momentos duvidei :)