em tempo de crise, vale a pena olhar um pouco à nossa volta
E se nós fossemos obrigados a viver em gaiolas?
Parece uma pergunta estúpida, ou de mau gosto. E, felizmente, é-o. Para nós. Porque para outros, a realidade da pobreza é outra coisa bem diferente.
Hong Kong.
Parece uma pergunta estúpida, ou de mau gosto. E, felizmente, é-o. Para nós. Porque para outros, a realidade da pobreza é outra coisa bem diferente.
Hong Kong.
Sete milhões de habitantes.
Terceira cidade mais cara da Ásia depois de Tóquio e Osaka.
No entanto...
O relatório UN-HABITAT sobre o "State of the World's Cities 2008/9: Harmonious Cities" atribui um coeficiente de Gini às cidades asiáticas em 0,39 , ligeiramente abaixo do limiar de desigualdade inaceitável de 0,4.
O fosso crescente na riqueza foi trazido à atenção do governo em Janeiro, quando Cheung Kwok-che, um membro do Conselho Legislativo, citou o relatório da ONU sobre o facto de a disparidade de riqueza em Hong Kong ser "bem acima do nível de alerta".
Hong Kong é uma cidade vibrante, cheia de pessoas, para as quais uma vida difícil não é exactamente ter uma casa e ter que partilhar a casa de banho com o pai, a mãe, irmão e a irmã e os avós. Para uma grande parte da população, uma vida difícil significa viver, literalmente, em gaiolas. Não há alternativa. São cidadãos normais que viviam o seu quotidiano normal, a quem subitamente faltou tudo. Com graves dificuldades, acabam desempregados, sem tecto, numa luta dramática e desigual pela sobrevivência. As terríveis inundações de 2008 ajudaram. Deixaram milhares de sem-abrigo e na pobreza extrema. A solução mais rápida por menos dinheiro, é muitas vezes esta.
Estamos a falar de habitações de 60 metros quadrados onde a casa de banho é partilhada por 18 estranhos literalmente empilhados em apartamentos ridículos. Gaiolas. É como lhe chama o ex-morador Chau Kam-Chuen.
Nestas gaiolas, galinheiros ocupados por gente, 400 000 trabalhadores que ultrapassaram há muito o limiar da miséria partilham quase tudo até porque a separação só existem através de grades.
O desconforto é, para a nossa definição de "desconforto", inimaginável. Nenhuma privacidade.
A forma como funciona é a seguinte: é escolhido um apartamento e, de seguida, divide-se em vários compartimentos, cada um composto por pranchas de madeira e malha de arame. Cada cubículo torna-se então numa casa para um morador.
A gaiola em que esta senhora se senta, e onde é impossível permanecer de pé como em todas as outras, contém todos os seus bens, desde roupas a material de cozinha e até mesmo heranças de família. Realisticamente falando, a gaiola é menor do que uma cela de prisão. No entanto, estes milhares de gaiolas servem de casa durante anos a homens e mulheres que não têm a quem recorrer. O abandono é total pelas autoridades.
"Muitas vezes, o ar-condicionado e aquecimento não funcionam. Ou se funciona, é ligado só uma pequena parte do dia. "É tudo quente e sujo", diz Lai Man-lei, um empregado de Hong Kong.
" Há baratas e percevejos "
Para trazer esta dramática realidade à luz, tendo como objectivo mostrar o fosso entre pobres e ricos em Hong Kong, a Galeria Schoeni de Hong Kong decidiu concentrar o seu evento anual de caridade em exibir essas gaiolas directamente ao público.
.
Outras reportagens se seguem na tentativa de que algo seja feito. Ou seja, a esperança parece existir para todos menos para quem lá está.
O relatório UN-HABITAT sobre o "State of the World's Cities 2008/9: Harmonious Cities" atribui um coeficiente de Gini às cidades asiáticas em 0,39 , ligeiramente abaixo do limiar de desigualdade inaceitável de 0,4.
O fosso crescente na riqueza foi trazido à atenção do governo em Janeiro, quando Cheung Kwok-che, um membro do Conselho Legislativo, citou o relatório da ONU sobre o facto de a disparidade de riqueza em Hong Kong ser "bem acima do nível de alerta".
Hong Kong é uma cidade vibrante, cheia de pessoas, para as quais uma vida difícil não é exactamente ter uma casa e ter que partilhar a casa de banho com o pai, a mãe, irmão e a irmã e os avós. Para uma grande parte da população, uma vida difícil significa viver, literalmente, em gaiolas. Não há alternativa. São cidadãos normais que viviam o seu quotidiano normal, a quem subitamente faltou tudo. Com graves dificuldades, acabam desempregados, sem tecto, numa luta dramática e desigual pela sobrevivência. As terríveis inundações de 2008 ajudaram. Deixaram milhares de sem-abrigo e na pobreza extrema. A solução mais rápida por menos dinheiro, é muitas vezes esta.
Estamos a falar de habitações de 60 metros quadrados onde a casa de banho é partilhada por 18 estranhos literalmente empilhados em apartamentos ridículos. Gaiolas. É como lhe chama o ex-morador Chau Kam-Chuen.
Nestas gaiolas, galinheiros ocupados por gente, 400 000 trabalhadores que ultrapassaram há muito o limiar da miséria partilham quase tudo até porque a separação só existem através de grades.
O desconforto é, para a nossa definição de "desconforto", inimaginável. Nenhuma privacidade.
A forma como funciona é a seguinte: é escolhido um apartamento e, de seguida, divide-se em vários compartimentos, cada um composto por pranchas de madeira e malha de arame. Cada cubículo torna-se então numa casa para um morador.
A gaiola em que esta senhora se senta, e onde é impossível permanecer de pé como em todas as outras, contém todos os seus bens, desde roupas a material de cozinha e até mesmo heranças de família. Realisticamente falando, a gaiola é menor do que uma cela de prisão. No entanto, estes milhares de gaiolas servem de casa durante anos a homens e mulheres que não têm a quem recorrer. O abandono é total pelas autoridades.
"Muitas vezes, o ar-condicionado e aquecimento não funcionam. Ou se funciona, é ligado só uma pequena parte do dia. "É tudo quente e sujo", diz Lai Man-lei, um empregado de Hong Kong.
" Há baratas e percevejos "
Para trazer esta dramática realidade à luz, tendo como objectivo mostrar o fosso entre pobres e ricos em Hong Kong, a Galeria Schoeni de Hong Kong decidiu concentrar o seu evento anual de caridade em exibir essas gaiolas directamente ao público.
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Outras reportagens se seguem na tentativa de que algo seja feito. Ou seja, a esperança parece existir para todos menos para quem lá está.
Reportagem CNN
Reportagem do Asia Times.
Reportagem Times.
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Adelaide