a 10 de Maio de 1508 Michelangelo começa a pintar os frescos da capela Sistina.



Um trabalho de amor e raiva: Miguel Ângelo teria feito este trabalho contrariado, convencido que era mais um escultor, que um pintor. Encarregado pelo Papa Júlio II, sobrinho do Papa Sisto IV, de pintar o teto da capela, julgou ser um conluio dos seus rivais para o desviar da obra para a qual havia sido chamado a Roma: o mausoléu do Papa.
Parece que tinha razão.
O Papa Júlio II ordenou a Miguel Ângelo que pintasse a Capela Sistina porque admirava as suas qualidades artísticas e por ter sido, em parte, manipulado pelos inimigos do mestre.

Júlio II e Miguel Ângelo estavam afastados desde que o Papa voltara atrás na sua intenção de entregar ao artista a construção do seu túmulo. Industriado pelos inimigos de Miguel Ângelo, liderados por Donato Bramante, o Papa encomenda-lhe a decoração da capela. Bramante esperava que o escultor recusasse a honra, voltando a zangar-se com o Papa, ou que aceitasse e, por não dominar a técnica do fresco, criasse uma obra menor. Mas Miguel Ângelo, que chegou a pensar em voltar a fugir de Roma e muitas vezes recomendou ao Papa que convidasse Rafael, outro dos mestres do Renascimento italiano, não fez nem uma coisa nem outra.

Miguel Ângelo acabou por cobrir mil metros quadrados da capela, pintando cerca de 300 figuras no tecto e paredes laterais. O programa temático, dedicado à vinda de Cristo e ao princípio e fim dos tempos, mistura a "beleza pagã com o misticismo cristão", defende o historiador de arte Gilles Néret.

Rejeitando os especialistas em fresco que o Papa mandara vir de Florença para o ajudarem, Miguel Ângelo dedicou-se a uma criação solitária, que haveria de consumir as suas energias durante quatro anos. Por diversas vezes pensou em desistir - uma delas quando O Dilúvio começou a criar bolor. O esforço do artista acabaria por resultar numa das mais surpreendentes, polémicas e aclamadas obras da história da arte.
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Fonte P

Comentários

E, segundo parece, pintou aquilo tudo deitado de costas.
Ora o método fez furor e Portugal, claro está, melhorou-o.
Deitam-se também de costas e noutras posições e esperam que as coisas apareçam feitas.

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