Alagamares- A Imprensa em Sintra no Séc.XIX
Por Fernando Morais Gomes
ALAGAMARES-ASSOCIAÇÃO CULTURAL-Sintra
Durante o século XIX desenvolveu-se por todo o país a criação de jornais e órgãos de imprensa, atentos novos públicos, maior alfabetização e a necessidade de certos grupos políticos e sociais terem veículos de divulgação das suas ideias e posições.
Sintra à sua escala também acompanhou esse fenómeno, tendo durante o século XIX surgido mais de 15 títulos de jornais e gazetas.
O registo mais antigo é o do Jornal Semanal do Gabinete de Leitura de Cintra, criado em 3 de Janeiro de 1936, com apenas 7 páginas manuscritas a 2 colunas, e de que saíram 3 exemplares. Criado por “amor à rainha e à Carta”era propriedade do Gabinete de Leitura de Cintra e foi impulsionado por António Maria Cunha Sotto Mayor, autor do livro “Physiologia do Saloio”.Do grupo de “assinantes” faziam parte o Duque de Palmela, Rodrigo da Fonseca ou o proprietário sintrense Rodrigo Galway, tendo organizado em homenagem à rainha D.Maria II uma festa no dia do seu aniversário em 26 de Julho de 1836.
Entre 1844 e 1846 surgiu o Jornal da Sociedade Juventude, manuscrito e de divulgação restrita, até que em 1856 surge à estampa O Saloio, semanário, à venda pela relevante quantia de 40 réis, mas que encerrou em 1857 por falta de colaboradores(Castilho chegou a ser um deles).
Na década de 80, surgem pela primeira vez jornais satíricos, nomeadamente em 1883 A Bisnaga, jornal burlesco, de que se publicou um único número, e cujo director assinava o curioso nome de N.O.C.U. Meta.O.Nariz, bem como o Jornal de Vila Verde, em 1884, com 2 páginas e 1 único número, dirigido por José Moreira e abordando assuntos da arte da cantaria.
Em 1885, a 1 de Janeiro, nascia o Jornal de Cintra, que durou até Maio de 1887, afecto ao Partido progressista e financiado pelo cacique local desse partido, o proprietário rural António Chaves Mazziotti. Custava 10 réis, nele tendo colaborado Barreiros Cardoso e António Cunha, figura que aliás passou a ser referencial nos jornais editados durante este período e que hoje tem nome de rua em Sintra.
Entre Dezembro de 1885 e Abril de 1886, este jornal teve pela primeira vez um concorrente directo, O Cintrense, sendo a primeira vez que circulam 2 jornais em simultâneo.
De Julho de 1887 a Janeiro de 1889 publicou-se O Clamor de Cintra, com tiragem de 5000 exemplares, e a partir de Março de 1890 A Gazeta de Cintra,orientado por Sampaio e Castro, com tiragens entre os 3000 e os 5000 exemplares.
Data de 1890 a edição da primeira revista, O Atheneu. Era quinzenal, versava assuntos de educação e recreio, com 8 páginas e era dirigido por António Augusto Rodrigues da Cunha.
Entre Junho de 1892 e Fevereiro de 1893 editou-se a Folha de Cintra e entre Outubro e Novembro de 1892, com apenas 5 números, o Correio Cintrense.
Também de 1892 é o Aurora de Sintra, órgão do Partido Regenerador, com 1000 exemplares de tiragem.
Em 184 e 1895 dois novos jornais burlescos: O Chicote, de 1 só exemplar, que visou unicamente fustigar a figura de um tabelião de Belas que era provedor da santa Casa da Misericórdia de Sintra, e O Ratão, magazine de charadas e anedotas sobretudo.
Em 1896 temos o Correio de Cintra, e 1898 O Jornal Saloio e o Progresso de Cintra. Estes dois acabaram ambos em 1899.
Um panorama fragmentado pois, ao sabor de interesses políticos difusos, à imagem dum país rotativista e de caciques eleitorais.
ALAGAMARES-ASSOCIAÇÃO CULTURAL-Sintra
Durante o século XIX desenvolveu-se por todo o país a criação de jornais e órgãos de imprensa, atentos novos públicos, maior alfabetização e a necessidade de certos grupos políticos e sociais terem veículos de divulgação das suas ideias e posições.
Sintra à sua escala também acompanhou esse fenómeno, tendo durante o século XIX surgido mais de 15 títulos de jornais e gazetas.
O registo mais antigo é o do Jornal Semanal do Gabinete de Leitura de Cintra, criado em 3 de Janeiro de 1936, com apenas 7 páginas manuscritas a 2 colunas, e de que saíram 3 exemplares. Criado por “amor à rainha e à Carta”era propriedade do Gabinete de Leitura de Cintra e foi impulsionado por António Maria Cunha Sotto Mayor, autor do livro “Physiologia do Saloio”.Do grupo de “assinantes” faziam parte o Duque de Palmela, Rodrigo da Fonseca ou o proprietário sintrense Rodrigo Galway, tendo organizado em homenagem à rainha D.Maria II uma festa no dia do seu aniversário em 26 de Julho de 1836.
Entre 1844 e 1846 surgiu o Jornal da Sociedade Juventude, manuscrito e de divulgação restrita, até que em 1856 surge à estampa O Saloio, semanário, à venda pela relevante quantia de 40 réis, mas que encerrou em 1857 por falta de colaboradores(Castilho chegou a ser um deles).
Na década de 80, surgem pela primeira vez jornais satíricos, nomeadamente em 1883 A Bisnaga, jornal burlesco, de que se publicou um único número, e cujo director assinava o curioso nome de N.O.C.U. Meta.O.Nariz, bem como o Jornal de Vila Verde, em 1884, com 2 páginas e 1 único número, dirigido por José Moreira e abordando assuntos da arte da cantaria.
Em 1885, a 1 de Janeiro, nascia o Jornal de Cintra, que durou até Maio de 1887, afecto ao Partido progressista e financiado pelo cacique local desse partido, o proprietário rural António Chaves Mazziotti. Custava 10 réis, nele tendo colaborado Barreiros Cardoso e António Cunha, figura que aliás passou a ser referencial nos jornais editados durante este período e que hoje tem nome de rua em Sintra.
Entre Dezembro de 1885 e Abril de 1886, este jornal teve pela primeira vez um concorrente directo, O Cintrense, sendo a primeira vez que circulam 2 jornais em simultâneo.
De Julho de 1887 a Janeiro de 1889 publicou-se O Clamor de Cintra, com tiragem de 5000 exemplares, e a partir de Março de 1890 A Gazeta de Cintra,orientado por Sampaio e Castro, com tiragens entre os 3000 e os 5000 exemplares.
Data de 1890 a edição da primeira revista, O Atheneu. Era quinzenal, versava assuntos de educação e recreio, com 8 páginas e era dirigido por António Augusto Rodrigues da Cunha.
Entre Junho de 1892 e Fevereiro de 1893 editou-se a Folha de Cintra e entre Outubro e Novembro de 1892, com apenas 5 números, o Correio Cintrense.
Também de 1892 é o Aurora de Sintra, órgão do Partido Regenerador, com 1000 exemplares de tiragem.
Em 184 e 1895 dois novos jornais burlescos: O Chicote, de 1 só exemplar, que visou unicamente fustigar a figura de um tabelião de Belas que era provedor da santa Casa da Misericórdia de Sintra, e O Ratão, magazine de charadas e anedotas sobretudo.
Em 1896 temos o Correio de Cintra, e 1898 O Jornal Saloio e o Progresso de Cintra. Estes dois acabaram ambos em 1899.
Um panorama fragmentado pois, ao sabor de interesses políticos difusos, à imagem dum país rotativista e de caciques eleitorais.
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