voltando aos velhos e bons posts de música



Para relembrar Old Jerusalem (cujo verdadeiro nome é Francisco), caso se tenham esquecido.

De Fevereiro de 2007 no Contra Capa, publiquei o seguinte texto:

Francisco Silva , um songwriter português que se enquadra na área do "indie", disse em entrevista:

Não tinha muitos planos. Estudava no Conservatório ao mesmo tempo que tirava o curso de Economia e sabia que poderia enveredar por diversos caminhos. Mas pensei sempre que a música iria ter um papel importante. E o objectivo de compor esteve sempre presente, de tal forma que ainda me lembro de, numa aula de Português do 8º ano, dizer à minha colega de carteira que iria fazer um disco. E eu ainda não tocava guitarra!
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O primeiro lançamento em 2001
O nome Old Jerusalem vem de uma música de
Will Oldham;
Francisco Silva achou o título sonante e adoptou-o para o seu projecto musical. Após mostrar as suas gravações caseiras aos músicos dos Alla Polacca, decidem fazer uma edição de autor conjunta para lançar Old & Alla(2001) numa edição limitada e numerada. O sucesso dessa edição fez com que ambos os projectos acabassem por fazer cópias em CD-R para distribuir pelos amigos e a fazer uma re-
edição. Este sucesso conduziu Francisco Silva à editora Bor-Land, rapidamente as partes chegam a um acordo para a gravação de April. Francisco entra em 2002 no AMP Estúdio e trabalha com Paulo Miranda naquele que viria a ser aclamado pela crítica um dos melhores discos de 2003.
April primeiro álbum de Old Jerusalem é um "disco maior que a alma, onde melancolia e ambientes sombrios se misturam com confiança e resplandecência". "é um trabalho como há muito não se ouvia e onde proliferam temas carregados de uma simplicidade deliciosa. As melodias, a voz, as emoções e a paixão pela arte de produzir sons proliferam por cada acorde."

Durante 2003, Francisco começa a apresentar ao vivo temas novos, que viriam a integrar o disco seguinte do projecto - Twice the Humbling Sun. "Ninguém diria que este rapaz, nascido em Portugal, se movimenta tão à vontade por territórios até agora dominados pelos anglo-saxónicos, como seja a folk, o slowcore e o country na sua versão mais alternativa. Transporta-nos no seu veículo acústico, e a sua voz temperada é o volante que nos conduz por vários estados de alma, entre a introspecção melancólica e a celebração contida. Constrói poemas à mudança de estações, reflecte sobre o amor e contempla a vida na sua simplicidade, tudo envolto em composições dedilhadas, envolventes e de uma sublimidade rara."
Em The Temple Bell (2007), há uma maior gravidade na interpretação das canções, sobretudo na segunda metade do registo, que advém de uma «forma mais adulta e
confortável de usar a voz».
Francisco Silva reparte o novo álbum entre canções mais «arranjadas», nas quais introduz a melódica, o vibrafone e o violoncelo, e outras mais despojadas, que se apoiam sobretudo na interpretação e na guitarra acústica. No essencial, é um registo «mais coeso» e distante do primeiro álbum, "April", com quatro anos a separá-los, o que significa também um amadurecimento pessoal de Francisco Silva.[IOL-Musica]
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Tudo isto porque penso que nunca deixei aqui o quarto álbum do Old Jerusalem, Two Birds Blessing, e ele merece. Tem um ano e tal, e proporciona momentos que são mistura de suave prazer com doce nostalgia. Miguél Arsénio, vê nele alguns dos temas que mais declaradamente relembram a paisagem lunar que conduz Matosinhos até Leça da Palmeira, na marginal adjacente à cidade do Porto (o ninho criativo de Francisco Silva). Eu, vejo nele as melodias que se envolvem entre a abundante folhagem primaveril mas, também, a companhia perfeita para a brisa de fim de tarde enquanto se embala uma caneca de café quente. Muito bom, Francisco.

Comentários

Pêndulo disse…
Desculpa lá mas "a paisagem lunar que conduz Matosinhos até Leça da Palmeira, na marginal adjacente à cidade do Porto" dá-me uma incontrolável vontade de rir.
É que noutro dia ia a passar lá e o Neil Armstrong, ao descer de uma escada, pisou-me o pé direito.

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