A Síndrome do Imperador
Um dos problemas mais graves que alguns pais enfrentam na educação dos seus filhos é, tentar ser flexível e justo, e estes, de forma provocatória, acabarem por tirar vantagem dessa atitude.
A tirania destas “pequenas criaturas”, pode assumir várias formas:
- Ignorar repetidamente ordens básicas solicitadas, como comer, lavar as mãos, arrumar o quarto, guardar os brinquedos, fazer TPC’s, ou outras ... usando na recusa várias formas de choro, birras, ameaças, etc.
(Para quê obedecer antes, se sabem que podem ganhar mais tempo até que os pais fiquem realmente zangados?)
- Discutir as regras e/ou punição. Não é raro, ouvirmos os filhos acusarem os pais de injustos, cruéis, maus pais, etc.
A tirania destas “pequenas criaturas”, pode assumir várias formas:
- Ignorar repetidamente ordens básicas solicitadas, como comer, lavar as mãos, arrumar o quarto, guardar os brinquedos, fazer TPC’s, ou outras ... usando na recusa várias formas de choro, birras, ameaças, etc.
(Para quê obedecer antes, se sabem que podem ganhar mais tempo até que os pais fiquem realmente zangados?)
- Discutir as regras e/ou punição. Não é raro, ouvirmos os filhos acusarem os pais de injustos, cruéis, maus pais, etc.
(eles sabem que, de uma forma ou outra, os pais hão-de embarcar nessa culpa e conceder mais privilégios)
- Exigir atenção constante através de um comportamento disruptivo, ou discussões entre os irmãos.
- Perguntas, perguntas e perguntas, criando nos pais a dúvida sobre a sua própria forma de actuação.
Estas intercorrências diárias, são suficientes para acabar com a paciência dos pais e criar uma fonte de tensão que torna a vida de todos num inferno.
O problema é que esses pais não sabem como colocar limites no comportamento de seus filhos. Eles não são adultos, mas são os “chefes” da família. Não são criminosos comuns, mas batem, ameaçam, roubam e agridem psicologicamente. Eles são os protagonistas da "síndrome do imperador", um fenómeno de abuso por parte de crianças em relação aos pais ou educadores e que se vem instalando de forma algo assustadora na sociedade.
Esse tipo de violência não é nova, mas nos últimos anos a incidência tem aumentado progressivamente. Em Espanha, 6 500 denúncias foram feitas à Procuradoria-Geral do Estado no ano passado. Teme-se também, que estes dados possam reflectir apenas a ponta do iceberg do problema, dada a compreensivel relutância dos pais em denunciar os seus próprios filhos. No entanto, à medida que vão percebendo que “não são os únicos”, alguns pais começam a revelar alguns dos factos e chega mesmo a assistir-se a um fenómeno preocupante: pais que imploram aos serviços sociais que cuidem de um filho/a , cujo comportamento violento (espancamentos, roubos, ameaças), não são capazes de tolerar mais.
Mas não é o habitual. O habitual é..., encobrir.
Este, parece ser um fenómeno global e já debatido há vários anos nalguns países.
Um estudo realizado nos EUA adverte que a violência (não só física) dos adolescentes sobre os pais, chega a uma incidência entre 7 e 18 por cento das famílias tradicionais (em relação ao pai chega a 29, enquanto as estatísticas do Canadá argumentam que um em cada 10 pais são abusados).
Porque razão? O que é que acontece na personalidade de uma criança que a leva bater nos seus próprios pais?
O assunto foi debatido em reunião do colégio de psicólogos espanhóis. Alguns especialistas dizem que muitas causas genéticas, ambientais e familiares apoiam o desenvolvimento desta Síndrome do Imperador.
Carlos Peiró, um psicólogo na Unidade de Orientação da Família e Comunidade de Madrid, inclui o abandono das funções da família, a superprotecção, o “fazer todas as vontades”, os hábitos familiares determinados por limitações de tempo, falta autoridade, permissividade e, acima de tudo, a falta de elementos afectivos como a cordialidade no relacionamento com as crianças, como factores determinantes. No fundo, estas crianças são mais educadas noutros ambientes sociais, do que na família. A família, passa a ser constituída por…. quase estranhos. Mais ainda, estes filhos convencem-se que os seus pais não têm legitimidade, nem poder, para os castigar e não os temem".
Para outros especialistas, a permissividade ou a falta de autoridade, não são suficientes para explicar esse fenómeno da violência
"Um pai excessivamente permissivo resulta num filho rebelde e irresponsável, mas não uma criança violenta. A permissividade pode estragar um filho (torna-lo preguiçoso, irresponsável, leva-lo a sair com as más companhias), mas, a violência é resultado da falta de "compromisso moral" e de "sentimento de culpa", geralmente no final da adolescência ", diz Vicente Garrido, psicólogo, professor de Pedagogía na Universidad de Valencia.
Para Garrido, o fundamental é que estas crianças "são incapazes de desenvolver emoções morais (como o amor, empatia ou compaixão), resultando em dificuldade para mostrar culpa, remorso sincero, e noção de ilegalidade."
Assim, diz-se que a "síndrome do imperador" tem razões biológicas (dificuldade em desenvolver as emoções e a consciência moral) e sociológicos (“a culpa é desacreditada e incentiva-se a gratificação imediata e o hedonismo”).
Seja como for, a verdade é que a família e a escola perderam o poder de educar e disciplinar, o que favorece as crianças com esta predisposição, anteriormente detida pela família e pela sociedade, e que agora encontra o terreno óptimo para crescer.
Introduz-se, entretanto, um terceiro factor: A importância da comunicação social
Segundo Garrido, autor de Los hijos tiranos: el síndrome del emperador , a televisão ensina valores muito hedonistas e consumistas, e dificulta a aprendizagem do auto-controle, ou seja, a capacidade de esforçar-se para renunciar a coisas inadequadas e, por outro lado, dificulta a opção por objectivos que impliquem esforço . "Os filhos-tiranos, observam nestes meios muitas condutas e metas que são coincidentes com os seus desejos: divertir-se e fazer o que bem lhe apetecer sem que ninguém o possa impedir "
E um quarto, não menos interessante. Ou polémico. A maior incidência de famílias monoparentais.
"A maioria dos casos ocorre em mães que voltam a ter outro parceiro", disse Luis González Cieza, coordenador do programa de maus tratos infantis da Agência para a Reeducação e Reinserção do Menor Infractor. Um dos poucos estudos a este respeito é "A violência dos jovens na família, uma abordagem para crianças relatadas pelos pais", desenvolvido pelo Centro de Estudos Jurídicos da Generalitat da Catalunha.
O relatório disse que a mãe é a vítima em 87 por cento das situações em que essa violência ocorre, e que, principalmente, recebe ataques físicos e também verbais. Em 13,8 por cento dos casos, o estudo mostra que o assédio moral ocorreu com uma faca ou arma semelhante.
- Exigir atenção constante através de um comportamento disruptivo, ou discussões entre os irmãos.
- Perguntas, perguntas e perguntas, criando nos pais a dúvida sobre a sua própria forma de actuação.
Estas intercorrências diárias, são suficientes para acabar com a paciência dos pais e criar uma fonte de tensão que torna a vida de todos num inferno.
O problema é que esses pais não sabem como colocar limites no comportamento de seus filhos. Eles não são adultos, mas são os “chefes” da família. Não são criminosos comuns, mas batem, ameaçam, roubam e agridem psicologicamente. Eles são os protagonistas da "síndrome do imperador", um fenómeno de abuso por parte de crianças em relação aos pais ou educadores e que se vem instalando de forma algo assustadora na sociedade.
Esse tipo de violência não é nova, mas nos últimos anos a incidência tem aumentado progressivamente. Em Espanha, 6 500 denúncias foram feitas à Procuradoria-Geral do Estado no ano passado. Teme-se também, que estes dados possam reflectir apenas a ponta do iceberg do problema, dada a compreensivel relutância dos pais em denunciar os seus próprios filhos. No entanto, à medida que vão percebendo que “não são os únicos”, alguns pais começam a revelar alguns dos factos e chega mesmo a assistir-se a um fenómeno preocupante: pais que imploram aos serviços sociais que cuidem de um filho/a , cujo comportamento violento (espancamentos, roubos, ameaças), não são capazes de tolerar mais.
Mas não é o habitual. O habitual é..., encobrir.
Este, parece ser um fenómeno global e já debatido há vários anos nalguns países.
Um estudo realizado nos EUA adverte que a violência (não só física) dos adolescentes sobre os pais, chega a uma incidência entre 7 e 18 por cento das famílias tradicionais (em relação ao pai chega a 29, enquanto as estatísticas do Canadá argumentam que um em cada 10 pais são abusados).
Porque razão? O que é que acontece na personalidade de uma criança que a leva bater nos seus próprios pais?
O assunto foi debatido em reunião do colégio de psicólogos espanhóis. Alguns especialistas dizem que muitas causas genéticas, ambientais e familiares apoiam o desenvolvimento desta Síndrome do Imperador.
Carlos Peiró, um psicólogo na Unidade de Orientação da Família e Comunidade de Madrid, inclui o abandono das funções da família, a superprotecção, o “fazer todas as vontades”, os hábitos familiares determinados por limitações de tempo, falta autoridade, permissividade e, acima de tudo, a falta de elementos afectivos como a cordialidade no relacionamento com as crianças, como factores determinantes. No fundo, estas crianças são mais educadas noutros ambientes sociais, do que na família. A família, passa a ser constituída por…. quase estranhos. Mais ainda, estes filhos convencem-se que os seus pais não têm legitimidade, nem poder, para os castigar e não os temem".
Para outros especialistas, a permissividade ou a falta de autoridade, não são suficientes para explicar esse fenómeno da violência
"Um pai excessivamente permissivo resulta num filho rebelde e irresponsável, mas não uma criança violenta. A permissividade pode estragar um filho (torna-lo preguiçoso, irresponsável, leva-lo a sair com as más companhias), mas, a violência é resultado da falta de "compromisso moral" e de "sentimento de culpa", geralmente no final da adolescência ", diz Vicente Garrido, psicólogo, professor de Pedagogía na Universidad de Valencia.
Para Garrido, o fundamental é que estas crianças "são incapazes de desenvolver emoções morais (como o amor, empatia ou compaixão), resultando em dificuldade para mostrar culpa, remorso sincero, e noção de ilegalidade."
Assim, diz-se que a "síndrome do imperador" tem razões biológicas (dificuldade em desenvolver as emoções e a consciência moral) e sociológicos (“a culpa é desacreditada e incentiva-se a gratificação imediata e o hedonismo”).
Seja como for, a verdade é que a família e a escola perderam o poder de educar e disciplinar, o que favorece as crianças com esta predisposição, anteriormente detida pela família e pela sociedade, e que agora encontra o terreno óptimo para crescer.
Introduz-se, entretanto, um terceiro factor: A importância da comunicação social
Segundo Garrido, autor de Los hijos tiranos: el síndrome del emperador , a televisão ensina valores muito hedonistas e consumistas, e dificulta a aprendizagem do auto-controle, ou seja, a capacidade de esforçar-se para renunciar a coisas inadequadas e, por outro lado, dificulta a opção por objectivos que impliquem esforço . "Os filhos-tiranos, observam nestes meios muitas condutas e metas que são coincidentes com os seus desejos: divertir-se e fazer o que bem lhe apetecer sem que ninguém o possa impedir "
E um quarto, não menos interessante. Ou polémico. A maior incidência de famílias monoparentais.
"A maioria dos casos ocorre em mães que voltam a ter outro parceiro", disse Luis González Cieza, coordenador do programa de maus tratos infantis da Agência para a Reeducação e Reinserção do Menor Infractor. Um dos poucos estudos a este respeito é "A violência dos jovens na família, uma abordagem para crianças relatadas pelos pais", desenvolvido pelo Centro de Estudos Jurídicos da Generalitat da Catalunha.
O relatório disse que a mãe é a vítima em 87 por cento das situações em que essa violência ocorre, e que, principalmente, recebe ataques físicos e também verbais. Em 13,8 por cento dos casos, o estudo mostra que o assédio moral ocorreu com uma faca ou arma semelhante.
Ou seja, parece que a mulher, neste neste campo, assume um papel de culpada largamente superior ao do homem, e que minimiza cedendo na disciplina em relação aos filhos....
Gonzalez Cieza acrescentou ainda que a idade média das crianças apontadas neste tipo de violência é menor do que em outros crimes. A idade média para a Síndroma do Imperador, são os 16 anos. Muitas vezes sem antecedentes criminais.
Uma última característica curiosa é que, essa violência tem uma incidência significativamente maior nos filhos adoptivos em relação aos filhs biológicos.
Posto isto, e para concluir…..Você tem um Imperador em casa?
Identifique-o:
1 .- Crianças com dificuldade em desenvolver emoções morais (empatia, compaixão, amor, etc) , o que resulta em muita dificuldade para mostrar a culpa, remorso sincero e noção de delito.
2 .- A incapacidade de aprender com os erros e penalizações. Para desespero dos pais, não adiantam repreensões ou conversas, porque apenas parece interessar o próprio benefício, guiado por grande egocentrismo. São completamente insensíveis ao castigo.
3 .- Comportamento sistemático de desafio, mentiras e até a crueldade para com os mais novos. irmãos e amigos.
2 .- A incapacidade de aprender com os erros e penalizações. Para desespero dos pais, não adiantam repreensões ou conversas, porque apenas parece interessar o próprio benefício, guiado por grande egocentrismo. São completamente insensíveis ao castigo.
3 .- Comportamento sistemático de desafio, mentiras e até a crueldade para com os mais novos. irmãos e amigos.
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