Quem te não ama? Quem, se em teu regaço / Uma hora da vida lhe há corrido, / Essa hora esquecerá?”. Almeida Garret.
Mas é Eça de Queiróz (1845-1900), uma das figuras maiores da nossa literatura que, em quase todas as suas obras descreve e revive o ambiente Romântico de Sintra.
"Sempre gostara muito de Sintra! Logo ao entrar, os arvoredos escuros e murmurosos do Ramalhão lhe davam uma melancolia feliz!
(...) os passeios por Seteais ao luar, devagar sobre a relva pálida, com grandes descansos calados no Penedo da Saudade, vendo o vale, as areias ao longe, cheias de uma luz saudosa, idealizadora e branca; as sestas quentes, nas sombras da Penha Verde, ouvindo o rumor fresco e gotejante das águas que vão de pedra em pedra; as tardes na Várzea de Colares, remando num velho bote, sobre a água escura da sombra dos freixos."
O Primo Basílio
"Mas a estrada entrava entre dois altos muros paralelos, donde soluçavam ramagens murmurosas. Era o Ramalhão.
O ar parecia mais fino, como refrescado da abundância das águas. Sentia-se uma vaga serenidade de parques e arvoredos. Alguma coisa de suave e de elegante circulava. Havia o silêncio dos repousos delicados e das existências ociosas. Era o Ramalhão."
A Tragédia da Rua das Flores
"No vão do arco, como dentro de uma pesada moldura de pedra, brilhava, à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso, de uma composição quase fantástica, como a ilustração de uma bela lenda de cavalaria e de amor. Era no primeiro plano o terreiro, deserto e verdejando, todo salpicado de botões amarelos; ao fundo, o renque cerrado de antigas árvores, com hera nos troncos, fazendo ao longo da grade uma muralha de folhagem reluzente, e, emergindo abruptamente dessa copada linha de bosque assoalhado, subia no pleno resplendor do dia, destacando-se vigorosamente num releve nítido sobre o fundo do céu azul-claro, o cume airoso da serra, toda cor de violeta-escura, coroada pelo Palácio da Pena, romântico e solitário no alto, com o seu parque sombrio aos pés, a torre esbelta perdida no ar, e as cúpulas brilhando ao sol como se tossem feitas de ouro...".
Os Maias
"E todo esse Verão o passou na capital; depois em Sintra, onde o negro langor dos seus olhos húmidos amolecia corações."
A Ilustre Case de Ramires
"Depois, uma manhã, cortando a vaga azul, avistaria a serra fresca de Sintra; as gaivotas da praia vinham dar-me o grito de boa acolhida."
A Relíquia
"No dia seguinte, num momento de enternecimento, querendo dar à sua felicidade um quadro mais poético, Godofredo propôs que fossem passar uns dias a Sintra. Foi uma lua-de-mel. Estavam na Lawrence, onde tinham um pequeno salão só para eles. Levantavam-se tarde, bebiam champanhe ao jantar e beijavam-se às escondidas, pelos bancos, debaixo das árvores."
Alves & Cª
"Sempre gostara muito de Sintra! Logo ao entrar, os arvoredos escuros e murmurosos do Ramalhão lhe davam uma melancolia feliz!
(...) os passeios por Seteais ao luar, devagar sobre a relva pálida, com grandes descansos calados no Penedo da Saudade, vendo o vale, as areias ao longe, cheias de uma luz saudosa, idealizadora e branca; as sestas quentes, nas sombras da Penha Verde, ouvindo o rumor fresco e gotejante das águas que vão de pedra em pedra; as tardes na Várzea de Colares, remando num velho bote, sobre a água escura da sombra dos freixos."
O Primo Basílio
"Mas a estrada entrava entre dois altos muros paralelos, donde soluçavam ramagens murmurosas. Era o Ramalhão.
O ar parecia mais fino, como refrescado da abundância das águas. Sentia-se uma vaga serenidade de parques e arvoredos. Alguma coisa de suave e de elegante circulava. Havia o silêncio dos repousos delicados e das existências ociosas. Era o Ramalhão."
A Tragédia da Rua das Flores
"No vão do arco, como dentro de uma pesada moldura de pedra, brilhava, à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso, de uma composição quase fantástica, como a ilustração de uma bela lenda de cavalaria e de amor. Era no primeiro plano o terreiro, deserto e verdejando, todo salpicado de botões amarelos; ao fundo, o renque cerrado de antigas árvores, com hera nos troncos, fazendo ao longo da grade uma muralha de folhagem reluzente, e, emergindo abruptamente dessa copada linha de bosque assoalhado, subia no pleno resplendor do dia, destacando-se vigorosamente num releve nítido sobre o fundo do céu azul-claro, o cume airoso da serra, toda cor de violeta-escura, coroada pelo Palácio da Pena, romântico e solitário no alto, com o seu parque sombrio aos pés, a torre esbelta perdida no ar, e as cúpulas brilhando ao sol como se tossem feitas de ouro...".
Os Maias
"E todo esse Verão o passou na capital; depois em Sintra, onde o negro langor dos seus olhos húmidos amolecia corações."
A Ilustre Case de Ramires
"Depois, uma manhã, cortando a vaga azul, avistaria a serra fresca de Sintra; as gaivotas da praia vinham dar-me o grito de boa acolhida."
A Relíquia
"No dia seguinte, num momento de enternecimento, querendo dar à sua felicidade um quadro mais poético, Godofredo propôs que fossem passar uns dias a Sintra. Foi uma lua-de-mel. Estavam na Lawrence, onde tinham um pequeno salão só para eles. Levantavam-se tarde, bebiam champanhe ao jantar e beijavam-se às escondidas, pelos bancos, debaixo das árvores."
Alves & Cª
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