Última Página
Vou deixar este livro. Adeus.
Aqui morei nas ruas infinitas.
Adeus meu bairro página branca
onde morri onde nasci algumas vezes.
Adeus palavras comboios
adeus navio. De ti povo
não me despeço. Vou contigo.
Adeus meu bairro versos ventos.
Não voltarei a Nambuangongo
onde tu meu amor não viste nada. Adeus
camaradas dos campos de batalha.
Parto sem ti Pedro Soldado.
Tu Rapariga do País de Abril
tu vens comigo. Não te esqueças
da primavera. Vamos soltar
a primavera no País de Abril.
Livro: meu suor meu sangue
aqui te deixo no cimo da pátria
Meto a viola debaixo do braço
e viro a página. Adeus.
Manuel Alegre
via Dolo Eventual
Comentários
Bom fim de semana
JMC
Bom Abril, sempre.
Beijinhos
é bem verdade.
há quem acredite em milagres, pode ser que existam ;)
beijocas
:))))))))))
é isso.
Abril nunca voltará a ser Março, anyway ;)
beijocas
de cada gesto
uma cansada humilhação
deixai falar na vossa voz a voz do vento
cantai em tom de grito e de protesto
matai dentro de vós el-rei Sebastião."
(Manuel Alegre, Abaixo el-rei Sebastião)
Eu acredito em milagres!
o meu também :)
======================================================================
a.j.faria
eu espero que haja um milagre, embora não acredite muito neles.
o único reparo que tenho a fazer é exatamente na forma como conduziu a campanha...paciencia, agora ja passou.
beijo
Deus te ouça, rapariga :)))
beijinho
looooool
pá, esse não faz poemas...
obrigada pela visita:)
e sempre me acendi com meu poema.
Os soldados sentavam-se ao redor da lenha.
Como falar-lhes?De repente eu disse:
camaradas a pátrai somos nós."
Manuel Alegre
excerto de "Como se faz um poema"
olá!
obrigada por mais pedaço de Manel:))
bom ter-te de volta:)
beijocas
and i loved your visit :)
thanks, see ya in "less people..."